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Leasing cambial: receio com o dólar

Devido à alta do dólar, consumidores que optaram pela compra de seu carro por meio de leasing cambial veêm a dívida crescer rapidamente. Para quem tem capital disponível, o aconselhável é quitar a dívida ou ingressar em fundo cambial.

Por Agencia Estado
Atualização:

A alta do dólar registrada na semana passada voltou a assombrar quem comprou carro nos últimos anos por leasing com variação cambial. Agravada em janeiro de 1999 pela maxidesvalorização do real, a dívida subiu mais ainda nos últimos dias e já há caso de consumidor determinado a devolver o carro à financeira, pela impossibilidade de pagar. Para o professor de economia e finanças, José Nicolau Pompeu, da PUC de São Paulo, o Brasil está vivendo situação semelhante à que antecedeu a maxidesvalorização do início de 1999. Ele aconselha os consumidores que estejam às voltas com prestações atreladas ao dólar a quitarem suas dívidas ou procurarem a financeira para uma renegociação da dívida. O consultor financeiro Paulo Possas também acredita que o dólar vai subir, chegando a cerca de R$ 2,00. Mas não considera que haja motivo para desespero. "A economia argentina não tem tanta influência que possa abalar o mercado brasileiro. Seria grave se Rússia ou China estivesse quebrando." Para Possas, se o consumidor quiser se proteger e possuir algum capital, deve quitar a dívida ou comprar cotas de um fundo cambial, que acompanha a variação do dólar e, portanto, do saldo devedor no leasing. Histórico de reclamações A supervalorização da moeda americana, em janeiro de 99, gerou centenas de reclamações ao Procon, e a Comissão de Defesa do Consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil entrou com uma ação pública em defesa de mais de 250 mil consumidores, somente no Estado de São Paulo, que haviam assinado contratos de leasing em dólar. Na ação, o dólar teve sua cotação fixada em R$ 1,21 e as prestações são acrescidas da variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). No final dos contratos, porém, os consumidores devem arcar com a diferença entre o dólar e o INPC no período. Para quem não foi beneficiado pela ação e continua pagando prestações com a variação livre do dólar, o advogado responsável pela ação, José Eduardo Tavolieri, diz que uma boa solução é entrar na Justiça com uma ação individual para obter o mesmo benefício conquistado pelos consumidores ligados à ação da OAB.

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