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Legitimidade da greve foi amplamente questionada

Uniões afirmaram que caminhoneiros estavam sendo coagidos por uma minoria, mediante ameaças; desde o início do movimento, 3 pessoas morreram

Por Anne Warth e da Agência Estado
Atualização:

BRASÍLIA - Antes do anúncio do fim da greve, o governo já havia decidido que só negociaria com os caminhoneiros se a greve, iniciada na semana passada, fosse suspensa. O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, se reuniu com entidades contrárias e favoráveis à paralisação e indicou que a reunião marcada para o dia 8 de agosto, em que seriam discutidas as reivindicações dos grevistas, seria cancelada caso os piquetes nas estradas continuassem. Três pessoas morreram, segundo sindicalistas, desde o início do movimento.

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Diversas entidades questionaram a representatividade do movimento que liderou a greve. "Trata-se de uma associação sem representatividade sindical, que fala pelos autônomos sem ter essa representatividade", afirmou o presidente da União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam), José Araújo da Silva, conhecido como China.

Diumar Bueno, da CNTA, disse que os motoristas estavam sendo coagidos por uma minoria. "A maioria está sendo obrigada a parar nos bloqueios, sob ameaças e agressões", afirmou. "Quem financia esse movimento? Os caminhoneiros autônomos estão sendo enganados."

Os grevistas cobravam a revogação de algumas normas estabelecidas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Uma delas possibilitou que empresas cuja atividade principal não é o transporte de carga possam atuar no mercado. Com a entrada de mais de 600 mil veículos, o valor dos fretes foi reduzido.

A greve afetou rodovias do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Até às 18h de ontem, foram registradas 50 interdições pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Na Rodovia Presidente Dutra, que liga São Paulo ao Rio, os piquetes ocorreram em Barra Mansa e Piraí. Ao longo do dia, os congestionamentos superaram a marca de dez quilômetros.

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