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Lehman Brothers faz projeções para Elétricas

A Lehman Brothers está reduzindo as projeções para diversas companhias elétricas brasileiras em função do racionamento de energia.

Por Agencia Estado
Atualização:

A Lehman Brothers está reduzindo as projeções para diversas companhias elétricas brasileiras situadas nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste em função do racionamento de energia, que tem início previsto para 1º de junho. Apesar disso, a instituição não alterou suas recomendações para as empresas. A Light e a Eletropaulo recebem recomendação de "compra", a Copel de "forte compra" e a Cemig de "manter". De acordo com a avaliação da Lehman Brothers, a Eletropaulo será a companhia mais prejudicada pelo racionamento, pois possui a maior carteira de clientes residenciais, que serão os mais prejudicados. As quedas no preço das ações desde o início dos boatos do racionamento de energia, de mais de 40% nos últimos meses, fizeram com que estas ações já estejam sendo negociadas abaixo dos valores reais. Mas os analistas da corretora acreditam que, passado o período de racionamento, com previsão de duração até novembro, os papéis de energia elétrica sofram uma injeção de capital, valorizando-se a partir do próximo ano. Também contribuem para a queda a desvalorização do real e a inflação. As revisões levam em consideração a previsão de que o dólar atinja o valor de R$ 2,15 no final do ano, frente a uma estimativa anterior de que a moeda norte-americana chegasse a R$ 2,05. Veja abaixo as expectativas da Lehman Brothers para as empresas brasileiras do setor elétrico. Eletropaulo O preço-alvo de 12 meses para a empresa é de US$ 50, uma previsão de alta de 75% em relação ao fechamento de ontem, sendo que a indicação anterior estimava um preço-alvo de US$ 85, um potencial de valorização de 127,5%. A projeção do lucro por ação da Eletropaulo caiu 87,45%, sendo que a primeira estimativa prevista chegava a um resultado de US$ 8,21 de ganho por papel; com a revisão, a quantia é de US$ 1,03. Para o próximo ano, a corretora fez um reajuste para baixo no lucro por ação: de US$ 13,25 para US$ 11,00. Light A instituição rebaixa o preço-alvo de 12 meses, de US$ 160 para US$ 100, que significa um potencial de alta de 28% para a terceira maior distribuidora brasileira, responsável pelo abastecimento de um mercado de 3 milhões de consumidores do Rio de Janeiro. O prejuízo por ação estimado para 2001 é de US$ 14,30, contra a estimativa anterior de ganho que era de US$ 4,05 por papel. De acordo com a revisão da corretora para a Light, 79% do peso das revisões tem como causa o racionamento, e 21% é referente aos efeitos da desvalorização cambial e da inflação. Cemig O lucro estimado para a Cemig, era de US$ 2,14 inicialmente, agora o previsto é de US$ 0,25. A expectativa de lucros para o próximo ano é de US$ 1,97 por ação, ante previsão inicial de US$ 2,87. O preço-alvo da empresa em 12 meses passou de US$ 16 para US$ 14, sendo que a desvalorização dos papéis da companhia nos últimos três meses já é de 35%. Copel A recomendação para a Copel é de forte compra, pois os reservatórios que suprem a empresa são os que apresentam menor diferença no nível mínimo para o corte de energia. O esperado é que isto ocorra até o quarto trimestre deste ano, enfraquecendo os impactos negativos nos preços das ações. O lucro estimado é de US$ 0,70 por ação, sendo que inicialmente esta previsão era de US$ 1,19. Em 12 meses, a expectativa do preço-alvo era de US$ 13,00, abaixo dos US$ 14,00, previstos anteriormente. De acordo com a Lehman, as ações da Copel foram desvalorizadas em 18% nos últimos três meses.

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