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Lehman Brothers: maior volatilidade pode acelerar resgates

Por Nalu Fernandes e DA AE
Atualização:

Três fatores estão pesando sobre os mercados emergentes no cenário atual de turbulência, argumenta o chefe para pesquisa econômica do Lehman Brothers para os mercados emergentes, Guillermo Mondino, baseado em Nova York. Potencial capitulação dos investidores dedicados aos emergentes, preocupação crescente sobre resgates e reavaliação de alguns fundamentos soberanos, enumera o analista. Até agora, as perdas de fundos que investem em mercados emergentes têm ficado contidas. Mas se a volatilidade continuar ou os investidores no varejo não diferenciarem os tipos de crédito, pode ter aceleração a saída de capital desta classe de fundos, adverte a instituição. "Agora é muito difícil argumentar que os emergentes estejam descolando dos mercados globais", avisa Mondino. O analista observa que os créditos dos mercados emergentes, bem como os mercados regionais têm tido performance significativamente abaixo de outras classes de ativos. A redução de risco e a "drástica" reavaliação de fundamentos estão por trás deste movimento de vendas. Segundo Mondino, os investidores institucionais estão se preparando uma potencial onda de resgates. A instituição pondera que uma aceleração dos resgates poderia afetar tanto a performance total dos emergentes quanto os preços relativos dos diferentes ativos dos emergentes. Até agora, os resgates têm sido insignificantes, reitera o LB. A razão é que "fundos hedge que investem em emergentes não usam muita alavancagem e mantém elevadas reservas em cash". Não se pode dizer o mesmo daqueles que investem nos mercados de crédito, que realmente usam alavancagem em múltiplos que vão de três a 10 vezes. No entanto, é fator de preocupação para os fundos que investem em emergentes o fato de que a aversão ao risco está forçando-os ao ajuste de portfólio para enfrentar resgates. O outro, acrescenta o Lehman Brothers, é a possibilidade de contágio deste sentimento para outras classes de ativos.

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