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Lei agrícola americana é mal recebida na Argentina

Por Agencia Estado
Atualização:

A nova legislação agrícola dos Estados Unidos, a Farm Bill, aprovada ontem pelo Senado americano, também foi mal recebida na Argentina. A União Européia já informou que poderá questionar o aumento das subvenções americanas à agricultura na Organização M undial de Comércio (OMC). O governo australiano informou há pouco que o país deve adotar medidas punitivas contra produtos fabricados nos Estados Unidos. O texto da Farm Bill precisa ainda ser aprovado pelo presidente Bush. "O aumento do subsídio ao setor agrícola é ruim para os países com tradição em agricultura. Quando os Estados Unidos decidem elevar a proteção aos seus produtores, o estrago mundial é ainda maior, pois os americanos investem muito em subsídios", afirma o analista do departamento de mercados agroalimentares da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Pesca e Alimentação da Argentina, Rubens Ciani. A nova Farm Bill destina US$ 82,8 bilhões em subsídios a safras e programas de conservação, aumento de 80%. Mesmo no que se refere à redução do preço mínimo de garantia para a soja produzida nos Estados Unidos, a nova Farm Bill é ruim para a Argentina. De acordo com o texto aprovado ontem pelo senado americano, os EUA reduziram o preço mínimo ("loan rate") pa ra a soja de US$ 5,26/bushel para US$ 5/bushel. O diretor do departamento de mercado agroalimentares da secretaria, Carlos Pouiller, explica que a redução do preço mínimo nos EUA vai fazer todos os demais países produtores mundiais plantarem mais oleagin osa para fugir dos "preços subsidiados dos Estados Unidos". "Se os demais produtores mundiais, incluindo no grupo Brasil e Argentina, reduzirem a área de milho e aumentarem a área de soja, os preços continuarão em baixa", afirma Pouiller. A Argentina é g rande produtora mundial de soja, com colheita de cerca de 30 milhões de toneladas na safra 2001/02. Para o milho, o governo americano elevou o preço mínimo de US$ 1,89 para US$ 1,98 por bushel.

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