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Lei do gás inibirá recuperação de investimentos, diz Petrobras

Para o presidente da Petrobras, a capacidade dos investidores assumirem riscos não será estimulada pela proposta

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, esclareceu nesta sexta-feira na capital baiana que a empresa não é contra a criação de uma legislação para regular os problemas da oferta de gás no Brasil. A idéia havia surgido após sua participação no Fórum Estadão de Energia, realizado nesta semana em São Paulo. "Somos contra um projeto de lei que tente inibir a capacidade de recuperação de investimentos já realizados (no setor)", comentou, considerando que existe esse risco com os projetos sobre a Lei do gás que tramitam no Congresso. Gabrielli reafirmou que os projetos se limitarão a dar um "marco regulatório" ao mercado, "mas não são suficientes para convencer investidores a decidir (em aplicar recursos na área)". Para ele, o ponto mais importante da questão é "capacidade dos investidores assumirem riscos, o que a Petrobras está disposta a fazer e esperamos que os outros empresários estejam também dispostos a isso". O presidente da estatal lembrou que no mercado de gás brasileiro a necessidade da construção de uma infra-estrutura para a distribuição e aumento da produção. "Para isso é necessário que exista um conjunto de investidores que esteja disposto a assumir os investimentos que são de longo prazo e altamente de capital intensivo", explicou. Bolívia Sobre a questão da Bolívia ele considerou "normal" a ação cada vez mais crescente da estatal venezuelana petrolífera PDVSA naquele país. "Acho legítima a atuação da PDVSA ocorrer em todos os lugares, não tenho críticas a isso, mas acho muito difícil que ela substitua a Petrobras em função do mercado brasileiro", disse, observando que o principal destino do gás boliviano é o Brasil. "Temos vários acordos de cooperação com a PDVSA como as produções de gás e petróleo pesado na Venezuela, exportação de álcool para a Venezuela, a refinaria em Pernambuco, enfim são vários negócios cujo mundo comporta cooperação e competição", disse, garantindo que as relações "não estão arranhadas: são relações racionais e pragmáticas". Gabrielli assinou um convênio na Universidade Federal da Bahia que prevê a atuação da instituição em Redes Temáticas de Pesquisa e no Núcleo Regional de Competência nos segmentos de petróleo, gás e energia.

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