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Leilão da Aneel tem deságio de 16,15%

Linhas de transmissão foram vendidas com preços mais reduzidos

Por Kelly Lima
Atualização:

Quase sem disputa, o leilão de Linhas de Transmissão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) terminou ontem com um deságio médio de 16,15%, cerca da metade das edições anteriores. As empresas de capital espanhol, conhecidas por elevar o nível do deságio a algo em torno de 40% ou até 50%, mantiveram os valores ofertados próximo do sugerido pela Aneel. Em dois casos emblemáticos, a espanhola Isolux chegou a oferecer deságio zero - ou seja pagar o valor estipulado. "Foi apenas um aperitivo", disse o presidente de Furnas, Carlos Nadalutti Filho, sobre o leilão ontem, em que a companhia arrematou um dos três lotes oferecidos. "Vamos vir com tudo para o leilão de linhas de transmissão para o Complexo do Madeira, na quarta-feira (amanhã). Este sim é que será o banquete. E nós estamos com muito apetite e preparados para a disputa, que vai ser grande." Para ele, não deverá haver dificuldade de obtenção de crédito para realização das obras para as linhas do Madeira. "Esse tipo de projeto não entra neste teor de discussão. É um projeto fundamental para o País. Tem de sair de qualquer jeito. Porque senão (as usinas do Madeira) viram aquelas pontes que ligam o nada a lugar nenhum, que foram construídas aí pelo interior do Brasil", comentou. Para o diretor geral da Aneel, Jerson Kelman, apesar de considerado bastante abaixo da média anterior, que ficou na casa dos 30%, o deságio foi "positivo". "Diante da crise econômica atual, foi um excelente resultado", disse Kelman em entrevista coletiva após o encerramento do evento, realizado na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. Composto de três lotes e 2.044 quilômetros de novas linhas de transmissão e 22 subestações que vão conectar usinas de biomassa e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) em Mato Grosso do Sul e Goiás ao Sistema Interligado Nacional, o objetivo é escoar a energia produzida nesses empreendimentos, que somam aproximadamente 2 mil megawatts (MW). As linhas entrarão em operação em 18 meses após assinatura dos contratos e devem receber investimentos estimados em R$ 1 bilhão. Além de Furnas - que arrematou, com deságio de 19,15%, um dos lotes no consórcio composto também pela Delta Construções e Fuad Rassi Engenharia -, também levaram cada uma um lote do leilão as empresas Elecnor, do Brasil, e a espanhola Cobra, com deságios de 10% e de 18%, respectivamente.

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