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Leilão de álcool pode frear reajustes

Segundo o ministro de Minas e Energia, o governo pode realizar leilão de álcool para frear novos reajustes dos combustíveis. A gasolina, diesel e o gás de cozinha ficarão mais caros a partir de amanhã. Passagens aéreas poderão sofrer reajustes.

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro de Minas e Energia, Rodolpho Tourinho, disse que o governo pode usar o estoque regulador de álcool para frear um eventual aumento do combustível. O último leilão do produto, realizado há quase duas semanas, registrou um aumento de 7,6% para o álcool hidratado em relação ao leilão anterior. Há temor também que o álcool anidro (misturado à gasolina) tenha um aumento de preço. Técnicos acreditam que este comportamento do mercado mostra a tendência de aumento do combustível para os consumidores. O presidente da Federação Nacional do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis), Luiz Gil Siuffo Pereira, disse que os donos de postos de gasolina vão repassar para os preços dos combustíveis o porcentual de aumento aplicado pelas distribuidoras. Segundo ele, uma grande distribuidora teria comunicado às revendas que irá conceder um aumento para os derivados de petróleo acima dos 11% autorizado pelo governo nas refinarias. Gasolina e gás de cozinha mais caros amanhã Os derivados de petróleo - gasolina, diesel, gás de cozinha (GLP) e querosene de aviação (QAV) - ficarão mais caros amanhã. O aumento do preço do botijão de 13 quilos do GLP deve ficar em torno de 5%. Já os combustíveis devem subir cerca de 8% nas bombas. Tourinho afirmou que como os preços estão liberados nas bombas, a única forma de impedir a ação dos especuladores é o dono de carro optar pelo posto que ofereça combustível mais barato. O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Amaury Bier, afirmou que o governo decidiu aumentar em 11% o litro da gasolina nas refinarias para compensar os prejuízos em função dos subsídios ao gás, diesel e querosene de aviação. Na avaliação do secretário, não seria justo conceder um porcentual mais elevado para o GLP e o diesel e deixar a gasolina sem aumento de preço. Na prática, a gasolina não necessitaria de reajuste já que a receita que o governo obtém com este combustível é suficiente para o saldo positivo da Parcela de Preço Específica (PPE) referente à gasolina. No entanto, para não encarecer as passagens dos transportes coletivos e tão pouco elevar os preços dos produtos que são transportados por caminhões, a equipe econômica decidiu que os donos de carros movidos à gasolina iriam pagar parte desta conta. Passagens aéreas devem ficar mais caras Bier disse também que o aumento de 8,8% para o querosene de aviação terá um impacto de 1,76 ponto porcentual no preço da passagem aérea. Isso porque o combustível representa 20% do custo da companhia aérea. Os novos preços dos derivados de petróleo, segundo o secretário, serão responsáveis por 0,44% da inflação apurada pelo Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPC-A) do IBGE.

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