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Leilão de energia A-0 não resolverá toda descontratação de distribuidoras

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Por Redação
Atualização:

O leilão de energia A-0 que acontece na quarta-feira não deve reduzir toda a descontratação das distribuidoras de energia do país e o preço da eletricidade deve continuar elevado, diante do baixo nível de água das represas de hidrelétricas. Antes de participar de reunião do Conselho da Eletrobras em Brasília, o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, estimou que o leilão pode reduzir pela metade a descontratação das distribuidoras. Segundo ele, a contratação de até 1.600 megawatts médios no leilão A-0 já representaria um sucesso do certame, que faz parte de conjunto de medidas do governo federal para reduzir o preço da energia no curto prazo. "A expectativa é de que preço (da energia no leilão) foi muito atrativo e que realmente deixará os agente interessados", disse Zimmermann, antes de participar de reunião do Conselho de Administração da Eletrobras. "Acreditamos que o leilão vai ajudar a diminuir essa descontratação das distribuidoras, que é o grande objetivo do certame", acrescentou. Ele afirmou que leilões A-0 têm um histórico de contratação de 40 a 50 por cento, segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). "Esse leilão (de quarta-feira) tem características diferentes dos de energia nova. Então nós acreditamos que deve passar este percentual", disse Zimmermann. Perguntado se o volume contratado poderia passar de 50 por cento, ele respondeu: "Até mais, mas acho que contratando 1.500, 1.600 megawatts médios já será um sucesso. Reduzirá praticamente à metade a descontratação." Durante evento no Rio de Janeiro, o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do ministério, Altino Ventura, também afirmou que o leilão não pode não atender toda a necessidade das distribuidoras. "Temos a esperança que o atendimento da demanda ocorra, mas o valor a ser contratado é elevado, pode ser que ele não seja atendido plenamente", disse. O presidente da CCEE, Luiz Eduardo Barata, já havia dito na semana passada que uma contratação para atender 40 por cento da necessidade já marcaria um resultado bom para o leilão. . Segundo o presidente da consultoria Thymos Energia, João Carlos Mello, a competição deve conseguir contratar cerca de 1 gigawatt médio. As distribuidoras de eletricidade do país estão descontratadas em mais de 3,3 GW médios, o que tem obrigado a compra de energia bem mais cara no mercado de curto prazo. Os preços máximos aprovados para o leilão pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) são de 262 reais por MWh para a energia térmica e de 271 reais por MWh para outras fontes, como hidrelétricas. Atualmente, os valores da energia praticados no curto prazo chegam a superar os 822 reais por MWh. O tradicional período de fortes chuvas no Brasil termina no final de abril e a expectativa é de que os preços da energia continuem altos no curto prazo, já que as represas de hidrelétricas não se recuperaram após um período marcado por pluviosidade reduzida este ano. Apesar do baixo nível dos reservatórios, Altino Ventura, do MME, disse que não há previsão de racionamento de energia no Brasil. "Não ouvi proposta de corte e no momento não existe nenhuma atitude voltada para racionamento ou racionalização da carga", disse Ventura a jornalistas. Porém, ele acrescentou que "é claro que se a sociedade quiser contribuir espontaneamente, independentemente do momento atual, em qualquer situação, é desejável que os consumidores usem energia com eficiência".

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