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Leilão de rodovias federais atrai 28 grupos

Abertura de propostas pela concessão da Fernão Dias e da Régis Bittencourt, entre outras, será hoje na Bovespa

Por Renée Pereira
Atualização:

Depois de oito anos de muitas idas e vindas, sete lotes de rodovias federais vão a leilão hoje na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) com, pelo menos, 28 grupos interessados. Entre os investidores que entregaram propostas até as 11 horas de ontem estão empresas tradicionais do setor como a CCR, OHL, EcoRodovias e Triunfo Participações. A disputa também terá estreantes em concessões rodoviárias, como é o caso da BRVias - consórcio formado pela Splice (do empresário Antonio Beldi), Áurea (da família Constantino) e a construtora Walter Torre - e a estatal do Estado do Paraná, Copel. Além disso, segundo informações do setor, a espanhola Acciona e Goldman Sachs também teriam entregue proposta para participar do leilão. Em jogo estão 2.580 quilômetros de estradas federais que cortam seis Estados brasileiros nas Regiões Sul e Sudeste do País. De acordo com especialistas, todos os lotes são atrativos, mas os que devem receber maior número de propostas são os que incluem a Régis Bittencourt (BR-116) e a Fernão Dias (BR-381). A atratividade da primeira rodovia, entre São Paulo e Curitiba (PR), é explicada por fazer parte do corredor Mercosul. Já a importância da Fernão Dias, entre Belo Horizonte (MG) e São Paulo, está no intercâmbio com os maiores centros consumidores do País. Dados do setor mostram que 43% da economia de Minas Gerais circula pela rodovia. Só de produtos agrícolas são mais de três milhões de toneladas por ano. ''''Fernão Dias e Regis Bittencourt já deveriam ter sido privatizadas no primeiro leilão do País, ocorrido na década de 90'''', afirma o presidente da Associação Nacional dos Transportadores de Cargas & Logística, Geraldo Vianna. Ele espera que o leilão consiga reduzir pelo menos parte dos gargalos da infra-estrutura brasileira. De acordo com o edital, serão investidos nos 25 anos de concessão cerca de R$ 9 bilhões em duplicação e restauração do asfalto. As concessionárias gastarão outros R$ 10 bilhões para equipar a rodovia com ambulâncias, serviços de guincho, inspeção de tráfego, bases para pesagem móvel e fixa e equipamentos telefônicos a cada quilômetro. No total, serão 36 novos pedágios no País, com preços que vão variar entre R$ 2,685 e R$ 4,188. Apesar das constantes mudanças nas regras do leilão e no valor dos pedágios, os investidores demonstraram grande apetite na entrega das propostas ontem na Bovespa. As empresas receberam senhas e, segundo uma fonte, um investidor recebeu a senha 34 e ainda tinha outras companhias para serem atendidas. Fontes informaram que alguns investidores não foram habilitados para a disputa. A Copel entregou envelope para apenas o lote 7, que inclui o trecho entre Curitiba e Florianópolis.

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