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Leilão do Banespa e Nasdaq afetam mercado

O resultado do leilão de privatização do Banespa fez a cotação do dólar recuar e as taxas de juros caírem. Porém, a queda da Nasdaq não permitiu uma reação na Bolsa de Valores de São Paulo.

Por Agencia Estado
Atualização:

Os US$ 3,6 bilhões pagos pelo Santander no leilão do Banespa surpreenderam positivamente o mercado e puxaram para baixo a cotação da moeda norte-americana. O sucesso do leilão amorteceu as preocupações com a situação econômica na Argentina e a indefinição sobre o novo presidente dos Estados Unidos. No patamar mínimo do dia, o dólar chegou a ser negociado a R$ 1,9290. No início da tarde estava em R$ 1,9330 na ponta de venda dos negócios ? queda de 1,73% em relação aos últimos negócios de sexta-feira. De acordo com analistas, o movimento de baixa foi motivado pela venda de dólares que estavam em poder de instituições como forma de segurança contra oscilações no cenário internacional. A venda foi motivada pela perspectiva de forte entrada de dólares, que deve ocorrer por conta da compra do Banespa pelo Santander, levando o dólar a recuar. Com isso, quem estivesse com um volume muito grande de moeda norte-americana teria prejuízo. Analistas explicam que a queda do dólar hoje só não foi maior porque o cenário externo ainda impõe cautela. Na Argentina, o governo De la Rúa continua com dificuldades para negociar um apoio ao pacote econômico e enfrentará mais um teste de mercado amanhã no leilão de Letras do Tesouro (Letes). Há ainda a oscilação do mercado norte-americano, onde a Nasdaq ? bolsa que negocia papéis do setor de tecnologia e Internet nos EUA ? despencou mais de 3% nesta primeira metade do dia. O baixo desempenho da Nasdaq prejudicou uma reação positiva no mercado de ações brasileiro, que seria esperada em função do resultado do leilão do Banespa. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) chegou a ficar negativa em 1,54%. Há pouco, operava em queda de 0,68%. Juros As taxas de juros voltaram a recuar. A notícia de que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), está em queda e a perspectiva de recuo na cotação do dólar são os motivos apontados pelos analistas. Porém, ninguém espera que a taxa básica de juros ? Selic ?, que será reavaliada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em reunião amanhã e quarta-feira, seja reduzida. A expectativa é de manutenção em 16,5% ao ano No início da tarde, os contratos de juros de DI a termo ? que indicam a taxa prefixada para títulos com período de um ano ? pagam juros de 17,730% ao ano, frente a 17,910% ao ano registrados na sexta-feira. A situação da Argentina, a alta do preço do petróleo e a indefinição na eleição norte-americana impedem uma redução maior dos juros.

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