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Leilões de agências são opção de investimento

Rendimento obtido com a locação para o próprio banco pode superar até mesmo a caderneta de poupança.

Por Agencia Estado
Atualização:

A compra de imóveis utilizados por agências bancárias tornou-se uma alternativa bastante atraente para quem busca opções seguras de investimento. Desde junho, bancos de todo o País passaram a leiloar unidades com contratos de locação de prazo mínimo de dez anos, oferecendo aos compradores uma rentabilidade mensal entre 0,84% e 0,9%. O retorno é superior até mesmo ao da caderneta de poupança (cerca de 0,7%) e tem atraído centenas de investidores aos leilões. O vice-presidente do Bradesco, Laércio Albino Cezar, diz que uma das principais vantagens oferecidas é a garantia de que o contrato será cumprido pelo prazo mínimo de dez anos, sem o risco de inadimplência. "É como uma aplicação com renda definida, já que o valor dos aluguéis é fixado no momento da compra do imóvel", compara. Outro atrativo é a rentabilidade. Segundo Cezar, o retorno médio que os compradores obtém mensalmente com o aluguel das agências do Bradesco é de 0,84% do valor pago pelo imóvel, índice superior aos 0,7% da caderneta de poupança. O rendimento também pode ser comparado ao obtido com o aluguel de um imóvel residencial. De acordo com pesquisas realizadas pelo Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), a rentabilidade média com locação na capital varia entre 0,8% 1,5% do valor do imóvel. "A diferença é que, com as agências, você tem um inquilino fixo por pelo menos dez anos", observa o vice-presidente do Bradesco. Cezar conta que o interesse dos compradores por esses leilões tem crescido, apesar dos preços das agências, que podem custar de R$ 200 mil a R$ 6 milhões. Desde junho, o banco já vendeu 130 imóveis, no valor total de R$ 285 milhões, e mais unidades devem ser leiloadas nos próximos meses. Ágio O diretor de Patrimônio e Suprimentos do Itaú, Luiz Fernando Faria, afirma que a rentabilidade oferecida com o aluguel das agências poderia ser até maior, não fosse a crescente disputa por esses imóveis nos leilões, que acaba elevando o preço final e criando um ágio de até 30%. Segundo ele, se as unidades fossem compradas pelo valor inicial estipulado para o leilão, o rendimento poderia variar entre 1,15% e 1,2% ao mês. O Itaú já vendeu 38 agências este ano, pelo valor total de R$ 85 milhões. Os resultados obtidos animaram a direção do banco que decidiu realizar mais dois leilões em novembro, com outros 50 imóveis. "Podemos colocar mais agências à venda, dependendo da reação do mercado", avisa Faria. O interesse dos compradores tem surpreendido até mesmo os leiloeiros. Segundo Mauro Zukerman, que já realizou cinco leilões de agências nos últimos quatro meses, a média de público em cada evento chega a 700 pessoas, todos potenciais compradores. "E todos os imóveis foram vendidos, sem exceção", comenta. O leiloeiro Ronaldo Milan lembra que alguns bancos, como o Bradesco, oferecem facilidades para os compradores, como a isenção do pagamento da comissão de 5% reservada para o profissional que realiza os leilões, o que acaba atraindo ainda mais interessados. "A maior parte acaba pagando o imóvel à vista, para aproveitar o desconto adicional de 5%", completa. Ativos O crescimento do número de leilões de agências tem um motivo. De acordo com o Banco Central, os bancos não poderão manter mais de 50% dos seus ativos empregados em imóveis a partir de 1.º de janeiro de 2003. Por isso, novos leilões já estão programados. O Bradesco vai leiloar 50 agências na próxima terça-feira, em São Paulo. Em seguida, será a vez do Itaú colocar 50 imóveis à venda, nos dias 6 e 7 de novembro. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones (0--11) 3684-2600 e 3272-9300, respectivamente.

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