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Lenicov discute programa argentino com BID

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Enrique Iglesias, disse nesta terça-feira que o ministro da Economia da Argentina, Jorge Remes Lenicov, deve apresentar o programa econômico do país à comunidade financeira internacional durante a reunião anual da instituição, que começa no próximo dia 11, em Fortaleza. Em encontro com jornalistas, o presidente do BID disse que o governo de Buenos Aires tem ?um limite de um mês? para concluir as difíceis negociações internas e chegar a um entendimento com o FMI. ?Depois, vai ficar muito difícil?, afirmou Iglesias, que tem dito a amigos que a crise Argentina é a mais grave e complicada que já viu. Ele contrastou a crise atual da Argentina com momentos difíceis que o Brasil viveu. ?A Argentina está parada por não ter crédito (interno ou externo)?, disse. ?O Brasil enfrentou crises difíceis, com inflação de mais de 100%, mas nem por isso parou, porque o sistema financeiro continuou em funcionamento?. Opositor assumido da dolarização, Iglesias já disse, no passado, que se a adoção da moeda norte-americana por outros países do hemisfério for uma boa solução para os problemas da região, ?o México e o Canadá, que têm economias integradas com a dos EUA, devem ser os primeiros a testar a idéia?. Nesta terça-feira, ele reiterou que não acha aconselhável para a Argentina voltar ao regime de convertibilidade ou partir para a dolarização, como se chegou a propor em Buenos Aires, no último fim de semana, depois de mais um fracasso na tentativa de entendimento sobre a política fiscal entre o governo federal e os governos das províncias. ?Se houvesse uma moeda do Mercosul, seria mais fácil para a Argentina recuperar-se financeiramente?, afirmou Iglesias. ?Por isso, acho que este é o momento de aprofundar as discussões sobre coordenação macroeconômica que podem levar, no futuro, a uma moeda comum no Mercosul?. Perguntado pelo Estado sobre a utilidade da declaração fortemente negativa - e contraproducente, da persceptiva de Lenicov - que a primeira vice-diretora do Fundo Monetário Internacional fez sobre as chances de um acordo com a Argentina, na última segunda-feira, Iglesias foi diplomático. Mas deixou clara sua preferência por uma atitude mais construtiva, que já aconselhou pessoalmente ao diretor-gerente do Fundo, Horst Koehler. ?Estamos todos tratando de ajudar o país, estamos fazendo todo o possível para ajudar a Argentina a pôr em marcha um programa coerente?, disse.?Eles avançaram e continuam avançando no plano nas relações entre o governo federal e as províncias sobre orçamento?. Para Iglesias, ?o menos que se pode dizer é que o governo está trabalhando para aproximar-se aos objetivos de um plano coerente?. ?Isso é importante e precisa ser destacado?, disse ele. ?Considerando as dificuldades que a Argentina enfrenta, é preciso dizer que o governo está fazendo muitas coisas para chegar ao objetivo fundamental no momento, que é o acordo com o Fundo Monetário?. ?Mais do que qualquer interpretação sobre afirmações que podem ter sido feitas, é preciso destacar esse aspecto?, continuou, numa referência indireta à declaração de Krueger. ?A Argentina e o Fundo estão trabalhando, e é nisto que é preciso concentrar a atenção, pois é importante que a sociedade argentina, que está sofrendo tanto, tenha uma perspectiva de rumo e de apoio da comunidade internacional?. Leia o especial

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