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Lenicov e O´Neill conversam por telefone

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma conversa por telefone, nesta segunda-feira, entre o secretário do Tesouro dos EUA, Paulo O?Neill, e o novo ministro da Economia da Argentina, Jorge Remes Lenicov, quebrou o gelo que esfriou o diálogo entre Washington e Buenos Aires nas últimas semanas. Mas o breve contato não alterou as condições do apoio dos Estados Unidos para a ajuda financeira internacional que o governo do presidente Eduardo Duhalde terá de receber para tirar seu país da crise. Segundo a porta-voz do departamento do Tesouro, Michell Davis, O?Neill ?repetiu exatamente o que tem dito? sobre a Argentina. Ele disse ao ministro que este deve trabalhar com o Fundo Monetário Internacional no desenho de um programa sustentável e que a administração Bush ?que ver a Argentina ter êxito?. Na sexta-feira, a vice-diretora-gerente do FMI, a americana Anne Krueger, afirmou que o Fundo está empenhado em ajudar a Argentina. Uma missão técnica do Fundo chegou a Buenos Aires nesta segunda para assessorar as autoridades na busca de uma saída para os dois desafios mais prementes: a desativação gradual dos controles sobre depósitos bancários, que precisam ser removidos para permitir que a economia volte a funcionar, e a transição do sistema de câmbio duplo adotado como saída do regime de paridade fixa do peso com o dólar para um sistema de livre flutuação da moeda, semelhante ao do Brasil, que é objetivo já declarado pelo governo Duhalde. Krueger disse que o estabelecimento de um cronograma, com uma data para o fim do câmbio duplo, é uma das pré-condições do FMI para o início das negociações de um novo programa econômico com respaldo da instituição. As declarações de Krueger geraram respostas ríspidas em Buenos Aires. Mas essas reações são vistas em Washington como parte do jogo político para a platéia. Pesam mais, no momento, nos cálculos das autoridades americanas e do FMI, o interesse das autoridades na assistência técnica do Fundo e sua disposição de aconselhar-se com o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Enrique Iglesias, e com o presidente do Banco Central do Brasil, Armínio Fraga, que viajam nesta terça-feira a Buenos Aires. Ambos têm credibilidade em Washington e podem ajudar tanto a convencer as autoridades argentinas a adotar as medidas para restaurar a viabilidade econômica do país, como gerar boa vontade nos centros de decisão da capital norte-americana. Com os pagamentos da Argentina aos credores externos privados suspensos, nos organismos multilaterais estima-se em cerca de US$ 15 bilhões as necessidades de crédito externo da Argentina neste ano. Este é o montante aproximado de empréstimos ainda não desembolsados pelo FMI e pelos Banco Mundial e BID, das linhas de crédito prometidas em janeiro e setembro do ano passado. Se e quando for aprovada, a liberação desses recursos cobrirá os débitos que a Argentina tem neste ano com as três instituições. Leia o especial

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