15 de fevereiro de 2015 | 02h05
Grande parte dos demitidos pelo estaleiro não estão bem fisicamente. Adquiriram lesões e problemas devido ao trabalho e foram desligados sem assistência médica, de acordo com o sindicato. Demitido em janeiro, o soldador José Pinheiro, de 28 anos, casado e com um filho, começou a trabalhar no Estaleiro Atlântico Sul em outubro de 2008, quando o empreendimento ainda estava em construção.
"Foi uma surpresa, não consigo compreender", afirmou. "A alegação foi redução de quadro, mas há muitos navios a serem construídos. Junto comigo foram mais uns 40."
Com uma cirurgia de hérnia umbilical já marcada, ele tenta, no sindicato, uma reintegração. "Eu não podia ter sido demitido", disse. Sem o emprego, ele perdeu o plano de saúde que era extensivo à família.
Agora desempregado e com a cirurgia por fazer, ele não prevê um bom cenário. Pinheiro ganhava R$ 2.240 mensais e pagava financiamento da casa própria. "Já estava difícil com o emprego", disse.
Douglas de Oliveira, 37 anos, trabalhou um ano e 11 meses no estaleiro. "Fui demitido em novembro do ano passado e agora estou desempregado e lesionado", afirmou, ao se queixar de ter contraído uma luxação no ombro com indicação para cirurgia. "Ali todo mundo pega muito peso", disse ele, Tinha um salário de R$ 2.076. / A.L.
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