
10 de novembro de 2015 | 12h20
BRASÍLIA - Mesmo com pressões de fora e dentro do governo, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, resiste à ideia de rever o corte de R$ 30,5 bilhões que o Conselho Monetário Nacional (CMN) havia determinado no mês passado para o limite das operações do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), administrado pelo BNDES.
"Não há qualquer indicação de que vai mudar o valor", disse um assessor de Levy. Causou grande mal-estar no Ministério da Fazenda a movimentação do presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, de se antecipar ao governo e anunciar como fato consumado a reabertura do prazo para o protocolo de pedidos de novos financiamentos do PSI.
Levy sofre novo revés no ajuste fiscal
Moan informou ao Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado, que havia recebido do ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, carta branca para anunciar a mudança, decidida pela presidente Dilma Rousseff. O prazo havia terminado no dia 30 de outubro por resolução do CMN. Para a reversão da decisão, o colegiado formado pelos ministros Levy, Nelson Barbosa (Planejamento) e Alexandre Tombini (Banco Central)terá de baixar nova resolução.
Segundo apurou o Broadcast, o ministro resiste à mudança e o impasse em torno do PSI alimenta a insatisfação dentro do governo em relação a ele. Há uma pressão da ala política do governo para que a equipe econômica tome medidas voltadas ao crédito e à recuperação da atividade econômica. Ontem, fontes informaram que a redução do corte é necessária para acomodar os novos pedidos.
O Ministério da Fazenda, no entanto, avalia que o BNDES não precisa de mais recursos e que a redução do corte do PSI já estava acertada e encaminhada dentro do governo.
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