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Repórter especial de economia em Brasília

Levy se reúne esta semana com S&P e Fitch

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Por Adriana Fernandes
Atualização:

BRASÍLIA - Depois do aperto nos gastos e das novas medidas de ajuste fiscal, a equipe econômica está mobilizada para começar a receber, nesta semana, os representantes das agências internacionais de classificação de risco e evitar o rebaixamento da nota de crédito do Brasil. Uma missão da agência Standard&Poor's desembarca amanhã em Brasília para conversas com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e outras autoridades do governo federal. Será o primeiro teste do ministro Levy em relação ao rating soberano do País, depois da tentativa fracassada do governo para impedir a perda do grau de investimento da Petrobrás na semana passada. Os representantes da agência Fitch terão reuniões entre 16 e 20 de março, em Brasília, São Paulo e Rio. Na estratégia de convencer as agências, a equipe econômica se antecipou ao corte do Orçamento, que só deverá ocorrer em abril, após aprovação da Lei Orçamentária, e divulgou um decreto para limitar os gastos no primeiro quadrimestre do ano. Segundo explicou uma fonte da área econômica, como as duas agências estariam no Brasil antes do anúncio do corte, a solução encontrada para mostrar o comprometimento do governo com a meta fiscal foi fazer um decreto temporário, que limitou em R$ 75,2 bilhões as despesas nos quatro meses. O aval da presidente Dilma Rousseff para o corte nas desonerações da folha das empresas e do programa Reintegra (que devolve tributos às empresas exportadoras) foi dado também nesse contexto. A maior preocupação agora da equipe econômica é mostrar às agências que o governo será capaz de negociar as medidas com o Congresso e apontar os efeitos das medidas no médio prazo. Embora o cenário de curto prazo seja muito difícil, o ministro quer que as agências olhem a "big picture" (fotografia ampla) do quadro econômico com as mudanças para a correção dos desequilíbrios. O governo confia na manutenção da nota da S&P, que rebaixou o Brasil no ano passado, mas fixou uma perspectiva estável para o rating. Antes de um rebaixamento, as agências costumam mudar a perspectiva da nota para negativa. A Fitch tem a nota do Brasil dois degraus acima do grau especulativo, mas tem perspectiva estável. O maior temor é com a Moody's, que tem a nota do Brasil em viés negativo. Não há previsão de reunião com a agência.

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