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Liberada troca de moedas entre BCs

País poderá receber dólares ou outra moeda quando faltar divisa para operações de empresas e bancos

Por Fernando Nakagawa
Atualização:

A permissão para que o Banco Central (BC) faça operações de troca de moeda (swap) com outros bancos centrais deixa o Brasil em pé de igualdade com países que já têm acordos semelhantes entre suas autoridades monetárias. Esse instrumento voltou ao noticiário no meio de setembro, quando foi usado pelo Federal Reserve (Fed, o BC americano) para tentar dar liquidez aos países que têm sofrido com a retração do mercado, em meio à crise internacional. Com esse novo instrumento, o Brasil poderá receber dólares ou, eventualmente, outra moeda forte nos casos de falta da divisa estrangeira para as operações rotineiras de empresas e bancos, como o financiamento das exportações e pagamento de compromissos externos. Nesse tipo de operação, o BC brasileiro poderia receber uma injeção de dólares e, como contrapartida, repassaria reais como garantia ao BC norte-americano. Para isso, costuma-se pagar um juro pelo período do contrato. Dessa forma, seria possível, por exemplo, reduzir a falta de dólares no mercado brasileiro sem alterar expressivamente o nível das reservas internacionais. A iniciativa do BC brasileiro ocorre menos de um mês após o Fed anunciar um grande reforço do dinheiro disponível para o swap entre BCs. Em 29 de setembro, em meio à histeria dos investidores e diante da falta de liquidez generalizada nos principais mercados globais, o Fed anunciou que destinaria US$ 330 bilhões adicionais aos bancos centrais de oito países: Austrália, Canadá, Dinamarca, Inglaterra, Japão, Noruega, Suécia e Suíça, além do Banco Central Europeu, para essas operações de swap de moeda. Na ocasião, o Fed decidiu ampliar o limite para as operações com esses países, de US$ 290 bilhões para US$ 620 bilhões. Em comunicado, a autoridade monetária norte-americana anunciou que a medida tinha como objetivo "mitigar pressões evidentes no mercado de funding nos Estados Unkidos e no exterior". Para isso, o Fed estava "oferecendo uma grande quantidade de recursos". No comunicado, a autoridade monetária citava que, com essas medidas, pretendia restabelecer a oferta de dinheiro no mercado ao reduzir a preocupação dos agentes econômicos com os recursos disponíveis e os riscos relacionados à operação.

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