
02 de maio de 2019 | 12h36
RIBEIRÃO PRETO - O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS), afirmou nesta quinta-feira, 2, que cabe ao Congresso Nacional, e não ao governo, a tarefa de fazer a reforma da Previdência.
"Chega de achar que o Parlamento é cabide do governo. Nós não somos e temos autonomia para montar esse projeto", disse. "Temos de assumir a responsabilidade, fazer a reforma da Previdência, a tributária, a fiscal e a política", completou o líder da bancada ruralista, que visita à Agrishow, em Ribeirão Preto (SP).
Moreira considera "impossível" que um projeto como o da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência, passe intacta no Congresso. Mas defende que as mudanças na proposta tragam resultados ao País. "Aquilo (Congresso) é uma casa de dissensos. Esperamos apenas que se mude a legislação, mas a mudança dê resultado ao País. Precisamos de resultado", explicou.
Ao ser indagado sobre como encarava o fato de muitos deputados e senadores fazerem uma defesa mais enfática da PEC da reforma da Previdência do que o próprio governo, Moreira disse que o Congresso deveria agradecer. "Há uma mudança de comportamento do governo em relação a isso e nós do Parlamento deveríamos estar agradecendo. Nossa referência da população em relação o ao Parlamento subiu."
Por isso, na opinião do deputado, se o Legislativo quiser se reafirmar como uma instituição autônoma e capaz de fazer articulação com a sociedade "tem de ombrear essa responsabilidade e parar de ficar choramingando pelos cantos de que o governo não participa".
Moreira disse que bancada ruralista vai trabalhar com o Ministério da Agricultura para que pequenos e, principalmente, médios proprietários rurais sejam os beneficiados pelos recursos com juros controlados no Plano Agrícola e Pecuário 2019/2020. "Vamos trabalhar para que a mesma política do pequeno proprietário seja estendida para o médio proprietário. Temos queda de produtividade de 30% a 35%, ou entre 30 milhões e 40 milhões de toneladas (de grãos) quando se trata do médio, por falta de uma política", afirmou.
Para o líder da bancada ruralista, se houver crédito "na menor taxa possível para pequeno e médio", os grandes produtores não terão problemas para buscar recursos no mercado. "Custo de crédito é taxa de risco. O grande tem risco pequeno de não pagar e capacidade de negociação com o banco", afirmou. "Vamos deixar quem tem arma para manejo, pelear por conta própria e os que precisam do braço do Estado, tê-lo como irmão."
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