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Líder das pesquisas na Argentina defende câmbio fixo e elogia Lula

Por Agencia Estado
Atualização:

O pré-candidato à Presidência da Argentina pelo Partido Justicialista (PJ), Adolfo Rodríguez Saá, defendeu hoje a adoção do câmbio fixo por um período de transição até chegar à uma moeda única do Mercosul. Líder das pesquisas de intenção de voto, ele disse concordar com a idéia da moeda verde, proposta pelo presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. "Eu me identifico (com Lula) na defesa e fortalecimento do Mercosul e na concepção de defesa do povo. Estou totalmente de acordo (com a moeda comum)", afirmou Rodríguez Saá em entrevista aos correspondentes estrangeiros em Buenos Aires. Segundo ele, "para o fortalecimento do Mercosul, é preciso ter a moeda única e Lula propôs algo muito interessante que é a moeda verde. É boa idéia mas creio que temos que aprofundar mais as nossas políticas e isso vai ser previsível para o mundo". Rodríguez Saá disputa a candidatura pelo PJ com outros quatro pré-candidatos e lidera as pesquisas de opinião, com cerca de 18% da preferência do eleitorado. Saá afirmou que, se fosse o presidente, criaria "um grande acordo social, trabalhista e produtivo e implementaria, numa primeira etapa, a âncora do dólar". Perguntado se seria uma nova conversibilidade, ele respondeu: "Se querem chamar de conversibilidade, que chamem, mas penso que a conversibilidade já cumpriu seu papel, é coisa do passado. O que eu digo é um câmbio fixo." Brasil Solicitado pela Agência Estado a explicar os detalhes de como seria o câmbio fixo, ele respondeu que seria uma "estratégia monetária, o peso ancorado pelo dólar e que seria transitório". Rodríguez Saá não soube detalhar como seria a coordenação das políticas macroeconômicas com o Brasil se a Argentina tivesse câmbio fixo. "O Brasil terá um presidente inteligente, não? Então, a Argentina também terá um presidente inteligente e teríamos que nos sentar e entrar num acordo sobre quais as políticas que deveremos adotar em comum", disse. Sobre as negociações com os Estados Unidos para a formação da Alca, Rodríguez Saá disse acreditar "que temos que negociar em bloco". Saá destacou que é preciso defender os direitos da Argentina nas negociações e "buscar um modelo nacional para resolver os problemas internos". Ele menciona que no programa de governo, que tem 15 pontos básicos, o Mercosul ocupa o quarto lugar. "Reorientaremos as políticas sobre o Mercosul, propiciando um mercado regional, que seja o Mercosul dos povos, com livre circulação de bens, serviços e pessoas, com homogeneidade de suas profissões para que deixe de ser só o Mercosul de uns poucos comerciantes", afirmou.

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