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Liderança republicana pede que Trump volte atrás

Presidente dos EUA, porém, diz que não vai recuar e lança nova ameaça; agora, diz que pode acabar com o Nafta

Por Cláudia Trevisan e correspondente
Atualização:

WASHINGTON - Principal liderança do Partido Republicano no Congresso dos EUA, o presidente da Câmara dos Deputados, Paul Ryan, pediu nesta segunda-feira, 5, que o presidente Donald Trump abandone sua decisão de impor tarifas unilaterais sobre a importação de aço e alumínio pelo país. Sua posição encontrou eco em grande parte da bancada governista, que teme o impacto negativo de potenciais retaliações sobre as eleições legislativas de novembro.

Trump rejeitou o apelo em rápida conversa com jornalistas durante encontro com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Foto: REUTERS/Jonathan Ernst

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“Nós estamos extremamente preocupados com as consequências de uma guerra comercial e urgimos a Casa Branca a não avançar com esse plano”, declarou o porta-voz de Ryan em nota divulgada na manhã desta segunda-feira. “A nova lei de reforma tributária estimulou a economia e nós certamente não queremos colocar esses ganhos em perigo”, ressaltou, fazendo referência ao corte de US$ 1,5 trilhão em impostos aprovado em dezembro. 

Trump rejeitou o apelo em rápida conversa com jornalistas durante encontro com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. “Não, nós não vamos recuar”, afirmou. Em seguida, o presidente vinculou a possibilidade de exclusão do Canadá e do México da medida ao resultado da renegociação do Nafta (acordo de livre circulação de mercadorias e serviços entre EUA, Canadá e México).

++ Para republicanos, tarifa sobre aço é como novo imposto

“Se nós chegarmos a um acordo que seja justo para os trabalhadores e o povo americano, isso seria, eu imagino, um dos pontos que nós negociaríamos. E se nós não chegarmos a um acordo, eu vou acabar com o Nafta.”

A Casa Branca deve divulgar nos próximos dias os detalhes das tarifas. Na semana passada, Trump anunciou apenas as alíquotas que serão aplicadas: 25% para o aço e 10% para o alumínio. 

Segundo maior exportador de aço para os EUA, o Brasil pede sua exclusão da barreira sob o argumento de que suas exportações são complementares à indústria americana. Cerca de 80% dos embarques brasileiros são formados por produtos semi acabados, que são finalizados em siderúrgicas dos EUA.

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++ Taxação de aço importado foi rejeitada por demais setores da economia

Por enquanto, Trump não deu indícios de que esteja disposto a abrir exceções. “Nosso país, no comércio, foi dilacerado por virtualmente todos os países do mundo, seja amigo ou inimigo.”