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Líderes vão compartilhar conhecimento

Presidentes que participam do projeto que selecionará 9 universitários para serem seus 'sombras' acreditam que ação encontre novos talentos

Por Heraldo Vaz
Atualização:

Trocar conhecimentos, descobrir talentos e conhecer o perfil da nova geração, que se prepara para estrear no ambiente corporativo, são expectativas dos presidentes de grandes empresas em relação ao programa "CEO por um dia", idealizado pela consultoria estratégica em gestão de capital humano Odgers Berndtson. Em parceria com o Estado e PDA Internacional, o projeto vai levar nove universitários para um dia de trabalho junto ao comando da organização.O presidente da Coca-Cola Femsa Brasil, o mexicano José Ramón Martinez Alonso, vai mostrar a um selecionado como sua empresa funciona e como as decisões são tomadas diante de desafios diários. "Para os jovens, participar deste projeto é ter a oportunidade de ver, na prática, como eles poderão estar daqui a 20 anos", diz. "Vou poder compartilhar essa experiência."O CEO da Philips para América Latina, Henk Siebren de Jong, espera encontrar um talento interessado em experimentar a rotina de trabalho de uma grande empresa. "Também quero aprender com eles, saber quais as tendências atuais de gestão que são ensinadas na universidade", acrescenta o holandês.A presidente da UPS Brasil, Nadir Moreno, elogia a iniciativa, que, segundo ela, tem potencial para o mundo corporativo e para formação de um novo perfil de executivos. De acordo com Nadir, o principal ponto para esses jovens é saber onde se quer chegar. "É preciso ter um plano de carreira claro", alerta.Coca-Cola, Philips e UPS são três empresas participantes do programa CEO por um dia. Outras seis são Nespresso, Valeant, Agaxtur, Laureate, Rio 2016 e 3M Brasil. As inscrições devem ser feitas no site www.ceox1dia.com.br e estarão abertas até 7 de abril para universitários de qualquer curso (mais informações no quadro).Em 2015, Nadir Moreno completa 23 anos de carreira na UPS, onde já foi responsável pela área de recursos humanos. Ela diz que identificar oportunidades de crescimento, definir novos projetos e investir em gestão do conhecimento, desenvolvendo inteligência de mercado, fazem parte do dia a dia de um CEO.Foco na execução. Outra exigência em relação aos dirigentes é que tenham foco na execução. "É preciso concentrar esforços para melhorar sua operação, com alternativas para redução de custos, mitigar erros e potencializar os recursos próprios, incluindo a capacitação dos funcionários", afirma.No entanto, a retenção de talentos, segundo ela, talvez seja uma das questões mais importantes que envolvem um CEO. "Jamais em momentos de crise deve-se reduzir a folha de pagamento em detrimento do conhecimento", afirma. "É na crise que profissionais altamente qualificados serão capazes de fazer a empresa atravessar o momento crítico." Para De Jong, da Philips, as principais exigências para um executivo exercer o cargo de CEO são integridade e saber trabalhar em equipe. Ele aponta outras qualidades que considera necessárias: ser visionário, ter visão estratégica e poder de execução. "Mas acima de tudo, foco no cliente." Ele dá um conselho para universitários que almejam chegar ao topo de uma corporação: "Nunca pare de aprender." Ele começou sua carreira na Philips como gerente de produto e veio trabalhar no Brasil na década de 1990, seguindo depois para outros países. Em 2009, comandou vendas e marketing de produtos de consumo para os mercados emergentes e, em 2011, foi nomeado presidente para Oriente Médio, África e Ásia. Caipirinha. Entre as histórias de sua carreira, Jong conta ter feito caipirinhas para seus colegas chineses em Hong Kong. "Eles gostaram muito", diz. "Com todos os efeitos." Em 2012, quando voltou ao Brasil como CEO da Philips América Latina, ele teve uma surpresa. "A primeira reunião foi feita falando português, depois de tantos anos."Martinez, que também comandou a Coca-Cola mexicana, tem carreira de 27 anos na empresa. Iniciou sua vida profissional durante a faculdade de engenharia química. "Assumi posições de liderança bem jovem, e tinha gente mais experiente do que eu na minha equipe", comenta o executivo, dizendo que, por ser mais novo, alguns não lhe reconheciam como líder. "Transformei o que poderia ser obstáculo em vantagem, desenvolvendo forte relacionamento com essas pessoas, que também me ensinaram muito", afirma o executivo.Criar vínculos pode ser uma forma efetiva de gestão e o caminho mais provável para ter êxito nos negócios. "Grande parte do sucesso das empresas passa por duas frentes: comunicação efetiva e relacionamento com as pessoas", defende Martinez.Para quem está no início da carreira, ele faz duas recomendações: nunca fique em silêncio e aprenda a dizer "não" no momento certo. "Se você tem algo a dizer, fale. Não fique com dúvidas. Perguntar é uma qualidade e mostra interesse em conhecer as coisas", complementa.

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