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Light nega irregularidades na compra da Eletropaulo

Por Agencia Estado
Atualização:

A Light negou neste domingo que tenha praticado irregularidades na operação de financiamento externo para a compra da Eletropaulo, em 1998. A Polícia Federal do Rio investiga suposta fraude relativa a um empréstimo de US$ 1 bilhão tomado pela empresa por meio de duas subsidiárias nas Ilhas Cayman, já indiciou três pessoas e deverá indiciar mais um ex-executivo nesta semana. "A compra da Eletropaulo foi efetuada em estrita obediência aos princípios legais e contábeis da legislação brasileira, atendendo a todas as regras de registro e apresentação de informações às autoridades competentes, sem qualquer ocorrência de fraude ou outra irregularidade", diz a nota. Segundo a empresa, o inquérito policial foi instaurado a partir de uma comunicação do Banco Central (BC) ao Ministério Público Federal no Rio, "conforme procedimento de praxe, baseada em suas conclusões preliminares". A Light indica que, depois de apresentar as explicações devidas, as operações realizadas "foram integralmente ratificadas" pelo BC. A nota prossegue explicando, contudo, que após a alegada ratificação, o inquérito policial segue o rito próprio previsto em lei. Inquérito As acusações no inquérito da PF, iniciado em 2002, são de remessa ilegal de divisas, irregularidades em operações de câmbio e crime tributário. A notícia do inquérito foi veiculada na edição da revista Época deste fim de semana. O executivo Ricardo Levy e os ex-executivos Marcus Vinicius Visconti e Edezio Quintal já foram indiciados e o próximo deverá ser o ex-presidente da Light Michel Gaillard. O inquérito começou a partir de notificação do BC ao Ministério Público Federal sobre um operação financeira da Light. Em meio às investigações, a PF levantou que a empresa havia montado as duas subsidiárias, nas Ilhas Cayman, para captar US$ 1 bilhão junto a instituições européias, para a compra da Eletropaulo - o BNDES financiou o restante necessário. Em contrapartida, a Light emitiu títulos de longo prazo para estas duas subsidiárias no exterior. Depois da crise cambial de janeiro de 1999, a Light teria enviado recursos para aumentar o capital das subsidiárias em Cayman, que permitiriam abater a dívida original destas unidades com os bancos europeus. Apesar disso, os títulos da Light não teriam sido resgatados e as duas subsidiárias continuaram como credoras no exterior da firma brasileira. Para a PF, a Light teria, assim, uma brecha para enviar recursos para fora, a título de pagamento da dívida remanescente com as subsidiárias, sem tributação legal, pela qual também poderia enviar lucros e divisas, sem pagar os impostos devidos neste tipo de remessa.

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