09 de julho de 2022 | 13h03
Uma das mulheres mais ricas do mundo, a bilionária gaúcha Lily Safra morreu aos 87 anos em Genebra neste sábado, 9. A causa da morte não foi informada. O sepultamento ocorrerá na segunda-feira, às 10 horas, em Genebra.
Ex-mulher de Edmond Safra, banqueiro morto em 1999, a viúva tinha fortuna de US$ 1,3 bilhão (cerca de R$ 5 bilhões), segundo lista anual da revista Forbes. O patrimônio foi herança deixada por Safra, que morreu em um incêndio criminoso em Mônaco — na ocasião, o caso alimentou teorias conspiratórias, mas o enfermeiro que cuidava do bilionário foi considerado culpado pela morte.
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Safra foi o quarto marido de Lily, com quem se casou em 1976. Antes, ela foi casada com o empresário Alfredo Monteverde, fundador do Ponto Frio e encontrado morto em 1969 no próprio apartamento com dois tiros. Então, a viúva herdou e assumiu os negócios da varejista.
Em 2009, Lily vendeu sua participação no Ponto Frio para o Grupo Pão de Açúcar (GPA) por R$ 824,5 milhões, o que ajudou a aumentar seu patrimônio. Em 2015, a viúva ganhou uma ação judicial contra o grupo por ter se sentido prejudicada na maneira com que foi feito o pagamento da venda. Na ocasião, a bilionária levou mais R$ 212 milhões em indenizações, além de juros e correções monetárias.
Lily é filha de pai de origem inglesa e mãe de família russa, e nasceu no Rio Grande do Sul. Desde cedo, aprendeu a falar inglês e francês. Gostava de se vestir com elegância e frequentar festas. Foi numa delas que conheceu o primeiro marido, o argentino Mario Cohen, com quem se casou aos 19 anos. Desse casamento, teve três filhos: Adriana, Eduardo e Claudio, que morreu em acidente de carro em 1989.
Em 2008, Lily participou do que até então foi a transação imobiliária mais cara do mundo, vendendo a mansão Vila Leopoldina, na Côte d'Azur, sul da França, por US$ 1,2 bilhão a um bilionário russo. Em estilo belle époque, ocupa terreno de 80 mil metros quadrados, tem um jardim de 1,2 oliveiras, além de limoeiros e laranjeiras. A brasileira recebeu o imóvel como herança, em 1999 — antes, a mansão era da família Agnelli, dona da Fiat.
Em 2012, a viúva realizou um leilão beneficente de suas jóias, arrematando US$ 37,5 milhões com organização da grife Christie's. O dinheiro arrecadado seria utilizado na busca por cura para doenças raras, como a doença de Parkinson, da qual sofria Safra.
Em nota, o CEO do Itaú Unibanco, Milton Maluhy, destacou as ações filantrópicas de Lily. “Prestamos nossas condolências aos familiares, diante da triste notícia do falecimento de Lily Safra. Companheira por mais de duas décadas de Edmond Safra, Lily construiu uma trajetória autêntica em ações filantrópicas nas áreas de educação, cultura, artes, saúde e assistência humanitária. Seu legado permanecerá inspirando e indicando caminhos para a agenda de impacto positivo do setor financeiro e privado no Brasil e no mundo.”
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