PUBLICIDADE

Publicidade

Liminar suspende abates em Eldorado (MS)

Por Agencia Estado
Atualização:

O Juiz substituto da Vara Única de Eldorado, Alexandre Tsuyoshi Ito, concedeu liminar que suspende a operação de abate dos 4 mil animais da Fazenda Jangada, localizada no município de Eldorado, Sul do Mato Grosso do Sul. A medida cautelar foi impetrada pela proprietária da fazenda, Lenice Magalhões Meda Turquino. Pela decisão judicial, o juiz vetou três dos sete pedidos que constavam da medida cautelar, distribuída no último dia 19. A Justiça determinou que a Agência EStadual de Defesa Animal e Vegetal (Iagro), órgão responsável pelas operações para sanidade animal do Mato Grosso do Sul, faça a "autuação, motivação da necessidade, avaliação prévia e indenização prévia e justa" ao proprietário. O juíz entendeu que estas prerrogativas estão previstas na Lei 1.953/99 e regulamentada pelo decreto 10.028/2000. No despacho do juiz não foram acolhidos o pedido da proprietária da fazenda para indicação de um veterinário para avaliação, dos exames sorológicos em cada um dos animais para saber se são hospedeiros do vírus e a proposta de "abate sanitário", que seria feito em frigorífico. A família afirma que o abate em frigorífico produziria cerca de 400 toneladas de carne que poderiam gerar parte dos recursos para a indenização. "Este pedido em sucessividade alternativa se faz para evitar o desperdício de carnes sadias para consumo humano e ainda sem prejuízo da integral indenização pelo preço do gado em pé que apurar a comissão nomeada", solicitou a proprietária da fazenda. O pedido foi indeferido. O Iagro deverá recorrer da decisão, mas de qualquer forma a liminar é mais um obstáculo ao plano de zerar o número de animais infectados ou supostamente contaminados na região. O pedido da fazenda Jangada se junta agora à reivindicação dos pequenos produtores da Japorã, onde dois focos de aftosa já foram confirmados e outros cinco estão em suspeição. DESCOBERTA A febre aftosa foi descoberta na Itália no século XVI. Está presente de forma endêmica em regiões da Ásia, América do Sul, África e Oriente Médio. Houve surtos na Grécia,Taiwan,Argentina, Brasil, Uruguai, Japão e Reino Unido. SINTOMAS A febre aftosa é talvez a doença mais temida pelos pecuaristas. Nos animais, ela provoca afta na boca e na gengiva, além de feridas nas patas e nas mamas. A vaca fica em estado febril, não consegue pastar, perde peso e produz menos leite. Já nos humanos, são raros os casos de contaminação, mas eles não podem ser descartados. Os sintomas são febre leve e calafrios, bem como bolha nas mãos e na boca. Contudo, a doença não chega a provocar risco de morte entre os humanos. CONTAMINAÇÃO Os animais que podem ser contaminados pelo aftovírus são bois, porcos, cabras e ovelhas. No caso dos humanos, a contaminação é bem mais difícil e só acontece se a pessoa ficar em constante contato direto com animais contaminados. TRANSMISSÃO o aftovírus pode ser transmitido pelo leite, carne e saliva do animal doente. A doença também é transmissível para animais pela água, pelo ar e por objetos e locais sujos. Humanos não transmitem o vírus entre si, mas podem levar na roupa, caso tenham entrado em uma área onde há aftosa. PREVENÇÃO Não existe tratamento contra a Febre Aftosa e sim medidas preventivas específicas pelo uso de vacinas. No Brasil, o processo mais aconselhável é a vacinação periódica dos rebanhos, assim como a imunização de todos os bovinos antes de qualquer viagem. Em geral a vacina contra a febre aftosa é aplicada, de 6 em 6 meses, a partir do 3º mês de idade. No Estado de São Paulo deve ser feita nos meses de março e setembro. Na aplicação devem ser obedecidas as recomendações do fabricante em relação à dosagem, tempo de validade, método de conservação e outros pormenores.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.