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Economista Lisa Cook será a primeira negra no conselho de diretores do Fed

Nomeação da economista para o banco central americano foi aprovada em uma votação apertada no Senado dos EUA

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Por Redação
Atualização:

WASHINGTON - O Senado dos Estados Unidos confirmou nesta terça-feira, 10, a indicação da economista Lisa Cook para servir no conselho de governadores do Federal Reserve (Fed), tornando-a a primeira mulher negra a ocupar o posto nos 108 anos de história do banco central americano. 

Sua aprovação ocorreu em uma votação apertada de 51 a 50, com a vice-presidente Kamala Harris dando o voto decisivo. Os republicanos do Senado argumentaram que LisaCook não é qualificada para o cargo, dizendo que não tem experiência suficiente com política de taxas de juros. 

A economista Lisa Cook;ela foi conselheira da equipe de transição do presidente Joe Biden sobre a política regulatória do Fed e dos bancos. Foto: Ken Cedeno/Reuters - 03/02/2022

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Eles também disseram que seu depoimento ao Comitê Bancário do Senado sugeriu que ela não estava suficientemente comprometida com o combate à inflação, que está atingindo as máximas de quatro décadas.

Cook tem doutorado em economia pela Universidade da Califórnia, Berkeley, e é professora de economia e relações internacionais na Universidade do Estado de Michigan desde 2005. 

Ela também foi economista do Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca de 2011 a 2012 e foi conselheira da equipe de transição do presidente Joe Biden sobre a política regulatória do Fed e dos bancos. Algumas de suas pesquisas mais conhecidas se concentraram no impacto de linchamentos e violência racial na inovação afro-americana.

Cook é apenas a segunda dos cinco indicados de Biden para o Fed a obter a confirmação do Senado. As nomeações de Biden para o Fed enfrentam um nível incomum de oposição partidária, dada a história do banco central americano como uma agência independente que busca permanecer acima da política.

Alguns críticos alegam, no entanto, que o Fed contribuiu para o aumento do escrutínio ao expandir sua atuação para uma ampla gama de questões nos últimos anos, como o papel das mudanças climáticas na estabilidade financeira e nas disparidades raciais no emprego.

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Biden pediu ao Senado na terça-feira que aprove seus indicados, enquanto o Fed busca combater a inflação. "Nunca interferirei no Fed", disse Biden. “O Fed deve fazer seu trabalho e fará seu trabalho, estou convencido.''

O presidente do Fed, Jerome Powell, continua ocupando o cargo interinamente após o término de seu mandato em fevereiro. Ele foi aprovado pelo Comitê Bancário do Senado por uma votação quase unânime em março, mas ainda precisa da aprovação do plenário.

O governador do Fed, Lael Brainard, foi confirmado pelo plenário há duas semanas para o influente cargo de vice-presidente do Fed por 52 a 43 votos. Philip Jefferson, professor de economia e reitor do Davidson College, na Carolina do Norte, também foi indicado por Biden para um cargo de governador e foi aprovado por unanimidade pelo Comitê de Finanças. Se confirmado pelo plenário, ele pode se tornar o quarto homem negro a servir no conselho do Fed. 

Biden também nomeou Michael Barr, ex-funcionário do Departamento do Tesouro, para ser o principal regulador bancário do Fed, depois que uma escolha anterior, Sarah Bloom Raskin, enfrentou oposição do senador democrata da Virgínia Ocidental Joe Manchin.

Cook, Jefferson e Barr se juntariam a Brainard como nomeados democratas para o Fed. No entanto, a maioria dos economistas espera que o Fed continue em seu caminho de altas acentuadas de juros este ano. 

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