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Lista revela nomes de clientes atingidos por fraude de Madoff

Entre os nomes da lista, está o do advogado de Madoff, que atualmente o defende das acusações

Por Gustavo Nicoletta
Atualização:

Os nomes de milhares de clientes que teriam sido atingidos pelos supostos investimentos fraudulentos da empresa do ex-chairman da Nasdaq, Bernard L. Madoff, foram tornados públicos nesta quinta-feira, 5, e arquivados no tribunal de falências de Manhattan. O documento possui 162 páginas e não especifica o valor que teria sido investido por cada cliente. Veja também: Entenda o esquema de pirâmide financeira realizado por Madoff Entre os nomes da lista, está o do advogado de Madoff, Ira Sorkin, que atualmente o defende das acusações de ter promovido um esquema de fraude de US$ 50 bilhões. Sorkin negou anteriormente ter realizado investimentos no fundo de seu cliente. A lista aponta algumas possíveis vítimas notáveis da fraude de Madoff, como Fred Wilpon, proprietário da equipe de beisebol New York Mets, e Larry Silverstein, empreiteiro de Nova York que trabalha na reconstrução do World Trade Center, assim como diversas instituições financeiras, entre elas HSBC, UBS, JPMorgan, Bank of America, BNP Paribas e Citigroup. Figuram na lista também os filhos de Madoff, Mark e Andrew, e seu irmão, Peter, além de funcionários da empresa que coordenavam a divisão de consultoria, onde ocorreu a fraude. Cada página da lista arquivada no tribunal possui mais de 80 nomes, mas muitos deles são repetidos, possivelmente porque as entidades ou pessoas citadas possuíam mais de um tipo de conta de investimento na empresa de Madoff. Outras duas listas, uma de credores e outra de funcionários de Madoff, também foram arquivadas no tribunal. Segundo os promotores, Madoff confessou aos filhos que fazia parte de um esquema de fraudes gigante que custou aos investidores muitos bilhões de dólares. Ele não foi indiciado, mas está em regime de prisão domiciliar em seu apartamento de Manhattan. As informações são da Dow Jones. A fraude O suposto esquema fraudulento arquitetado pelo ex-presidente da Nasdaq prejudicou 3 milhões de pessoas "direta e indiretamente" em todo o mundo, de acordo com um escritório de advocacia espanhol. A fraude era feita da seguinte forma: a empresa de Madoff atraía os investidores oferecendo níveis de rentabilidade que chegavam a 1% ao mês, ou seja, mais de 10% de retorno no investimento por ano. Ele, então, utilizava o dinheiro desses novos investidores para pagar clientes antigos, que queriam resgatar os recursos aplicados. O esquema funcionava porque os rendimentos não eram pagos aos investidores todo mês, apenas acompanhado por eles. Esse dinheiro só seria devolvido ao cliente quando este resgatasse seu investimento. O problema é que, diante de grande demanda por resgates em decorrência da crise financeira, o fundo de Madoff ficou sem dinheiro para pagar os investidores e a fraude veio à tona.

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