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Litro do álcool recua 6,25% em Ribeirão Preto

Representantes dos Ministérios da Agricultura e de Minas e Energia se reunirão, na próxima semana, com dirigentes do setor de distribuição e revenda de combustíveis para discutir as margens de lucro desse setor na comercialização de álcool.

Por Agencia Estado
Atualização:

Um dia depois da reunião entre governo e usineiros, o preço do álcool hidratado vendido nos postos de combustíveis de Ribeirão Preto (SP) - cidade-pólo da principal região produtora de cana-de-açúcar do mundo - recuou 6,25%. O litro do combustível caiu de R$ 1,599 para R$ 1,499 em praticamente todos os postos desde ontem. A vice-presidente da Associação dos Postos Revendedores de Combustíveis de Ribeirão Preto e Região (Aprir), Maria Helena Santos, afirmou que a redução é um fruto do repasse da queda de, em média, R$ 0,03 nos preços do combustível vendido pelas distribuidoras. Maria Helena também aponta a concorrência entre postos locais como fator relevante na baixa do valor. "Infelizmente, há um efeito dominó nos postos. Um baixou acima do repasse das distribuidoras, outros seguiram", afirmou. De acordo com a vice-presidente da Aprir, apesar do litro do álcool nas distribuidoras variar hoje de R$ 1,38 a R$ 1,409, e nos postos estar, em média, a R$ 1,49, o ICMS (12%) é recolhido por um preço presumido de R$ 1,70. "E não adianta pedir devolução porque não conseguimos. Com isso, a margem de lucro dos revendedores cai", criticou. Ministérios se reunião com distribuidores Representantes dos Ministérios da Agricultura e de Minas e Energia se reunirão, na próxima semana, com dirigentes do setor de distribuição e revenda de combustíveis para discutir as margens de lucro desse setor na comercialização de álcool. "Vamos conversar com eles e pedir a contribuição de todo mundo para que o consumidor seja abastecido com preço razoável no período de entressafra", afirmou o diretor do Departamento de Cana-de-Açúcar e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Ângelo Bressan. Segundo ele, o Ministério da Agricultura espera que os produtores de álcool mantenham a diferença de preço que sempre existiu entre o álcool anidro, que é misturado à gasolina, e o hidratado, que pode ser injetado diretamente nos tanques dos veículos. Essa diferença estava em R$ 0,05 na semana passada, quando o produto anidro chegou a R$ 1,08 na usina e o hidratado, a R$ 1,03. Em época de safra, essa diferença fica em torno de R$ 0,10. Bressan disse que não há necessidade de se fixarem dois preços para o álcool anidro e hidratado. "Fixando um, o outro se ajusta automaticamente, dentro da relação normal de preço", sustentou. "A gente espera que o comportamento continue padrão e que o preço do álcool hidratado fique abaixo do anidro", disse Bressan. O álcool anidro é mais caro porque passa por um processo de desidratação. Bressan disse que, segunda-feira, será possível saber exatamente quais são os preços praticados, quando forem divulgados os dados mais recentes levantados pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz (Esalq), em Piracicaba (SP) sobre o comportamento do mercado do setor. Ingerência O diretor disse que o Ministério não tem ingerência na distribuição e revenda de álcool, vinculadas ao Ministério de Minas e Energia e sob fiscalização da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Ele manifestou, também, sua esperança no sentido de que a Petrobrás se disponha a colaborar para que as margens sejam as menores possíveis, uma vez que ela detém parte significativa do mercado varejista de combustíveis. Bressan não concorda com a tese de que os usineiros se tenham beneficiado do acordo fechado com eles. Segundo ele, o segmento produtor de álcool fez sacrifício ao concordar com o preço de R$ 1,05, já que a entressafra poderia elevar o preço do produto acima desse valor.

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