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Livro Bege traz boa notícias e mercados reagem caindo

Por sonia.racy@grupoestado.com.br
Atualização:

A lógica dos mercados - se é que ela existe - tem um quê de esquizofrenia. Como o Livro Bege (que apresenta a soma da atividade econômica nos 12 Estados dos EUA em que o Banco Central americano tem representantes), divulgado ontem pelo Fed, trouxe informações melhores que as esperadas pelo dito mercado, a reação foi ruim. O cenário, medido de 26 de julho a 27 de agosto, para corte de juros veio fraco, trazendo a indicação de que as pressões inflacionárias mudaram muito pouco em comparação ao mês de julho. O que aconteceu? Ante a ''''má'''' notícia, de que a coisa não está tão difícil, as bolsas caíram, mostrando mais uma vez o descolamento da vida real. No Brasil, que segue a reboque dos mercados americanos, como aliás todos pelo mundo, o dia foi de queda de 1,53% no Ibovespa e alta nas taxas de juros futuros na BM&F, antes mesmo da decisão do Copom. O documento do Fed indicou que o efeito da forte turbulência das últimas semanas sobre a economia americana é bastante limitado. A atividade econômica continuou a se expandir em agosto, mesmo que moderadamente. O setor de venda de imóveis continua fraco sim, e com queda de preços. Mas, segundo destaca a análise do Barclays Capital Research, as vendas de varejo são positivas e a atividade manufatureira também se expandiu. As vendas de carros foram ''''soft'''', isto é, nada impressionantes. Mas o turismo apontou sinais de crescimento. E o mercado de trabalho, em nove dos doze distritos medidos pelo Livro Bege, apontou falta de mão-de-obra. A inflação? Os dados captados mostram que ela praticamente não saiu do lugar. E somente quatro regiões - Filadélfia, Richmond, Dallas e São Francisco - mencionaram desaceleração na economia. Com um detalhe. Esta edição do Livro Bege, divulgada ontem, tem maior importância pelo fato de a avaliação já ter captado números pós-crise, iniciada em 24 de julho. E se configura em um dos poucos números divulgados antes do dia 18, quando o Fed tomará sua decisão sobre o destino dos juros americanos, com informações mais atuais da economia dos EUA. IMPRESSÃO DIGITAL Newton Rosa, economista-chefe da SulAmerica Investimentos, considera remota a possibilidade de o Fed reduzir as taxas dos fed funds já na reunião do dia 18. ''''Uma ação do Fed sobre a taxa de juro básica só se justificaria caso a volatilidade ameaçasse as perspectivas de crescimento e inflação.'''' E, por enquanto, diz, as empresas americanas mostram-se saudáveis - com bons níveis de lucro, capitalizadas e com baixo endividamento -, o mercado de trabalho robusto tem sustentado as despesas de consumo e a taxa de inadimplência do sistema bancário nos EUA permanece em patamares reduzidos. CONTROLE DE EXPECTATIVAS Os que defendiam que o BC deveria interromper o corte de juros, como o professor de Economia da PUC-Rio José Marcio Camargo, acreditavam ontem que o Copom iria cortar o juro em 0,25 ponto porcentual. Já os que defendiam maior ousadia por parte do BC, como Paulo Skaf, da Fiesp, com novo corte 0,50 ponto porcentual, também acreditavam que o BC se contentaria com um corte de 0,25. Conclusão: o BC está conseguindo seu objetivo de ser previsível na operação de metas de inflação brasileira. QUEM VEM Em meio ao inferno astral vivido pela concorrente Mattel, a Estrela relança a Susi na próxima terça-feira, em evento na Daslu. De novo visual, a boneca, que já vendeu 30 milhões de unidades, está celebrando os 70 anos de existência da empresa. CHINA NA FRENTE Dados da Abinee mostram que 60% das importações de produtos feitas pelas indústrias do setor eletroeletrônico, no primeiro semestre deste ano, tiveram origem nos países do Sudeste Asiático. Mesmo porcentual dos primeiros seis meses do ano passado, mas com uma diferença. Em 2006, a China participava com 22 pontos porcentuais deste índice e, agora, participa com 26 pontos. Ou seja, os chineses estão evoluindo dentro do próprio bloco asiático. AMÉRICA LATINA OUVE Já as exportações de celulares no primeiro semestre deste ano ultrapassaram US$ 1 bilhão, segundo a Abinee. Desse total, 81% foram vendidos para países da Aladi. A Argentina encabeça a lista, com US$ 314 milhões, seguida pela Venezuela, com US$ 284 milhões. TECNO A Geoplan, controlada pelo fundo americano Nexus, está trazendo para o Brasil uma tecnologia capaz de fazer a recuperação de dutos de água sem a necessidade da troca da tubulação. Em parceria com a inglesa E. Wood e a Bayer. DIRETO DA FONTE No primeiro semestre deste ano, as vendas do Grupo Pestana pela internet, para os hotéis localizados na América do Sul, cresceram 80%, comparado ao mesmo período do ano anterior. Considerando-se apenas julho, a alta foi de 130%. VERDE QUE TE QUERO A Aliança da Caatinga lançou o primeiro edital de incentivo à conservação em terras privadas na caatinga. Prazo de entrega das propostas: 15 de outubro.

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