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Lloyds: juro nos EUA deve continuar em queda

O Lloyds TSB avalia que as taxas de juros nos Estados Unidos devem continuar em queda. Segundo ele, a retomada da atividade econômica norte-americana deve acontecer mais rapidamente do que depois da Guerra do Golfo.

Por Agencia Estado
Atualização:

O Fed - banco central dos Estados Unidos - decidiu, nesta tarde, reduzir em 0,5 ponto porcentual a taxa de juros do país. A taxa, que estava em 3,0% ao ano, caiu para 2,5% ao ano e mantém a tendência de baixa. Este é o segundo corte dos juros após os atentados terroristas ao World Trade Center, em Nova York, no dia 11 de setembro. A primeira redução foi no dia 17 de setembro, também de 0,5 ponto porcentual. Com a redução dos juros para 2,5% ao ano e a inflação anualizada em 2,7%, referente ao mês de agosto, a taxa de juros real norte-americana está negativa. Segundo analistas, antes dos atentados, já havia a possibilidade de um desaquecimento mais forte da economia norte-americana, o que foi potencializado após a tragédia no início de setembro. "Neste sentido, a taxa de juros real negativa é um forte estímulo à produção e ao consumo norte-americanos, mas a retomada da atividade econômica nos Estados Unidos deve acontecer apenas no primeiro semestre de 2002", avalia o economista do Lloyds TSB, Wilson Ramião. A minuta divulgada pelo Fed, ao final da reunião, revela a expectativa de que a economia dos Estados Unidos continue fraca até o final deste ano. Ramião destaca que os próximos números sobre a confiança do consumidor norte-americano serão decisivos para se ter uma idéia mais precisa sobre a tendência para o ritmo da atividade econômica nos Estados Unidos. "O consumo representa dois terços da economia do país e, enquanto os norte-americanos não voltarem a consumir, a economia não reagirá", avalia. Juros devem cair mais Com a redução de hoje, os juros norte-americanos chegaram ao nível mais baixo desde 1962 e os analistas acreditam que devem continuar em queda até o final do ano. As apostas dividem-se entre um corte de 0,5 ou 0,25 ponto porcentual, o que significa que os juros reais devem continuar negativos. Ramião acredita que a atividade econômica agora deve ser retomada mais rapidamente do que ocorreu no final da Guerra do Golfo, quando as taxas de juros reais também ficaram negativas. "Hoje a capacidade produtiva norte-americana é muito mais forte. Além disso, o Fed iniciou o corte de juros de forma mais intensa, antes que a economia do país entrasse em desaquecimento profundo", analisa o economista do Lloyds. Ele lembra que, do final de 1990 até o final de 1991, os juros anuais nos Estados Unidos caíram de 7% para 3% e, até o final de 1992, para 3%. Nesta época, segundo Ramião, o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA caíram por, pelo menos, três trimestres consecutivos. "Naquela época, além do corte de juros, o governo norte-americano também adotou uma política fiscal expansionista, com corte de impostos, o que poderá voltar a acontecer agora", lembra. Reação nos mercados Os mercados não reagiram ao anúncio de corte dos juros nos Estados Unidos, mesmo porque a decisão já era esperada. "Uma redução de 0,5 ponto porcentual agora e de mais 0,25 ponto porcentual até o final do ano já estava no preço dos ativos", afirma o diretor de renda variável da BankBoston Asset Management, Júlio Ziegelmann. O índice Dow Jones - que mede a valorização das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - encerrou o dia em alta de 1,29%. A Nasdaq - bolsa que negocia papéis do setor de tecnologia e Internet - acumulou uma alta de 0,80%

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