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Lobão: preço do gás boliviano será revisto

Por LEONARDO GOY
Atualização:

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse hoje que a próxima revisão do preço do gás boliviano pago pelo Brasil deverá acontecer no primeiro trimestre deste ano. Hoje, segundo o ministro, o Brasil paga cerca de US$ 8,00 por milhão de BTU (unidade internacional que mede a capacidade energética do gás). No mercado já se comenta que, como a revisão leva em conta o preço internacional do petróleo, a revisão deverá implicar em uma redução do preço. Ao ser questionado sobre isso, Lobão evitou uma resposta direta. "Não creio que o preço vai subir." Lobão receberá hoje, às 16 horas, uma missão de três ministros bolivianos que vai discutir com o governo brasileiro a redução da compra do gás boliviano. O ministro disse não saber se eles vão pedir para o Brasil voltar atrás na decisão. "Não posso adiantar o que devemos tratar na reunião. Mas vamos ouvi-los. Eu e o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli", disse. Lobão afirmou que o Brasil não tem a intenção de prejudicar deliberadamente a Bolívia. Mas disse que o Brasil não pode pagar por um gasto do qual não necessita. Com a redução da importação de gás da Bolívia, pela Petrobras, o Brasil deixará de pagar ao país vizinho cerca de US$ 600 milhões até abril, quando, segundo estimou o ministro de Minas e Energia, o bombeamento de gás deverá voltar ao normal. No início da semana, o governo anunciou que a compra de gás boliviano foi reduzida desde a virada do ano, da média diária de 30 milhões de metros cúbicos para cerca de 19 milhões de metros cúbicos. A medida foi tomada porque, com as fortes chuvas nos últimos meses, os reservatórios das hidrelétricas estão mais cheios, possibilitando o desligamento das usinas termelétricas movidas a gás. Lobão, que participou hoje da primeira reunião do ano do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CNSE), relatou que no encontro o colegiado oficializou a ordem para desligar as térmicas. Ao todo, deixarão de ser gerados 8 mil megawatts (MW) em usinas termelétricas. Ficarão ligadas apenas as térmicas Norte-Fluminense 1 e 2 (400 MW ao todo), que têm custo de geração mais barato, e as usinas nucleares Angra 1 e 2. Lobão reiterou a estimativa de que, a partir de abril, quando termina o período chuvoso, as térmicas deverão ser religadas e a importação de gás boliviano deverá voltar ao patamar de 30 milhões de metros cúbicos/dia. O ministro voltou a negar que o desligamento das usinas tenha relação com a crise financeira internacional. "Não está havendo queda na demanda de energia por causa da crise", disse.

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