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Lobão reclama de dificuldades para conseguir licença ambiental

'É mais fácil subir em pau de sebo do que conseguir licença para hidrelétrica', brincou o ministro

Por Gerusa Marques e da Agência Estado
Atualização:

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, aproveitou a cerimônia de posse do novo diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, para reclamar das dificuldades de se conseguir licença ambiental para a construção de hidrelétricas. "É mais fácil subir em pau de sebo do que conseguir licença para hidrelétrica", brincou o ministro.

 

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Segundo ele, o Brasil ocupa apenas 23% da sua capacidade de aproveitamento hidráulico. "Temos ainda 77% de aproveitamento e não nos deixam fazer", reclamou. O ministro informou que o Brasil vai precisar, em 10 anos, mais 54 mil MW de energia e 36 mil quilômetros de linha de transmissão, o que, segundo ele, representa uma necessidade de se elevar em cerca de 40% a quantidade atual de linhas.

 

Lobão ressaltou que o Brasil tem uma responsabilidade significativa com a América do Sul. A título de exemplo citou a Argentina , que no último inverno pediu ao Brasil que fornecesse energia e gás natural. Segundo o ministro, o Brasil enviou 1.500 MW de energia elétrica, mas não pode socorrer a Argentina com o gás porque não dispunha de quantidade suficiente. Atualmente, informou, o Brasil está fornecendo 500 MW para o Uruguai e recebendo 200 MW da Venezuela, para abastecer o extremo norte do Brasil.

 

Lobão ressaltou que o Brasil dispõe da matriz energética "mais limpa do mundo". Ele disse que 85% da energia produzida no País vem de fontes renováveis, enquanto esse porcentual é de 78% na Venezuela e 57% no Canadá.

 

Lobão lembrou também da hidrelétrica de Itaipu, construída em parceria com o Paraguai. "O Paraguai não entrou com nenhum centavo. Apenas com água", afirmou. Mas hoje, lembrou o ministro, o presidente uruguaio reclama, afirmando que o Brasil pagava US$ 2,80 por MW de energia produzida por Itaipu. E que o governo brasileiro teve que dizer a Lugo que paga US$ 45. Segundo o ministro esse valor é mais alto do que o custo da energia que será produzida pelas usinas hidrelétricas do rio Madeira e que essa situação está sendo resolvida diplomaticamente.

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