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Lojas trabalham com excesso de estoque

Levantamento da CNC mostra que, em junho, 30% dos lojistas do País tinham produtos sobrando; intenção de compra das famílias caiu

Foto do author Márcia De Chiara
Por Márcia De Chiara e
Atualização:

Passado o efeito do desabastecimento provocado pela greve dos caminhoneiros, agora sobram produtos nas lojas. O comércio varejista tem de lidar com o excesso de estoque em um cenário de queda na intenção de consumo, motivada em parte pela disparada do dólar. E a situação pode se agravar com a proximidade das eleições.

Pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC) com 6 mil lojas do País mostra que 30,7% delas tinham, no início de junho, estoques de bens duráveis, como eletrônicos, eletrodomésticos e veículos, acima do adequado ao ritmo de consumo – 14,3% tinham produtos abaixo do que seria normal. 

Pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC) com 6 mil lojas do País mostra que 30,7% delas tinham, no início de junho, estoques de bens duráveis, Foto: Reuters

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O quadro se repete para bens não duráveis (alimentos e produtos de higiene e limpeza): 27% das lojas tinham produtos acima do adequado e 11,8% abaixo. “A parcela de empresas que está com estoque sobrando é mais que o dobro da que está com falta de produto”, diz o economista-chefe da CNC, Fabio Bentes. 

O executivo de uma rede de eletrodomésticos diz que os estoques aumentaram no varejo porque o consumo está fraco. Ele acredita que o segundo semestre será complicado por causa do cenário eleitoral, apesar de a sazonalidade ser normalmente mais favorável ao consumo nesse período.

+ Consumo das famílias perde fôlego e economistas cortam projeções para 2018

Confiança. Em junho, piorou a expectativa tanto de empresários quanto de consumidores, segundo a CNC. A confiança dos empresários do varejo caiu 3,5% ante maio, descontadas influências sazonais – maior recuo em três anos. A intenção de consumo das famílias baixou 0,5%. Além da greve, a alta do dólar afetou o consumo e a disposição para comprar bens duráveis.

A decisão dos bancos de reduzir prazos de financiamentos para pessoas físicas também abala a intenção de consumo. O prazo médio passou de 15,8 meses em abril para 14,2 meses em maio, de acordo com Relatório de Crédito do Banco Central – um efeito dessa redução é o aumento do valor da prestação.

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