PUBLICIDADE

Publicidade

Londres ganha restaurante brasileiro de US$ 10 milhões

Com jantares a partir de US$ 120, "Mocotó" quer oferecer feijoada, caipirinha e cerveja importados diretamente do Brasil e recriar ambiente típico do País

Por Agencia Estado
Atualização:

Com investimentos próximos aos US$ 10 milhões e após um atraso de quase um ano, será inaugurado nesta terça-feira, em Londres, o "Mocotó", um restaurante, que segundo um de seus proprietários, David Ponte, pretende se transformar em referência da culinária brasileira em todo o mundo. "Não existe nada igual, nem aqui nem no Brasil", disse Ponte, um inglês que viveu seis anos de sua infância no Rio de Janeiro. "Ofereceremos um menu eclético, com uma síntese do que há de melhor para se comer e beber em várias regiões do Brasil, num ambiente que reflete o estilo de vida do país." A festa de abertura do restaurante contará com cerca quinhentos convidados. Localizado em um dos lugares mais glamourosos da capital, em Knightsbridge, nas proximidades da loja Harrods, o Mocotó realmente impressiona. Foram contratados cerca de 75 funcionários, dos quais cinqüenta são brasileiros. No andar térreo, um bar tenta refletir o clima de boteco brasileiro. As principais atrações serão a inevitável caipirinha e batidas e sucos produzidos com frutas importadas do Brasil, como a graviola, além do caldinho de feijão, casquinha de siri, pastéis e outros petiscos. No subsolo, um restaurante com capacidade para 125 pessoas servirá pratos que incluem a picanha fatiada, sopa de abobrinha, e feijoada. O chef da cozinha será um inglês, assessorado diretamente por dois profissionais brasileiros. "Decidimos contratar um chef local pois é importante se adaptar a comida brasileira ao gosto inglês, mas sem retirar sua originalidade", explicou Ponte. Entre as bebidas brasileiras, os destaques serão as cervejas Original e Bohemia e os vinhos da Casa Valduga. Um jantar deverá custar entre US$ 120 e US$ 160 por cabeça. "Queremos que o Mocotó atraia todo o tipo de cliente, recriando o ambiente de praia no Brasil, onde as classes sociais se misturam", disse Ponte. "O nosso bar, por exemplo, será ideal para aqueles que querem tomar uma cervejinha no final do dia." Para decorar o "Mocotó", foram importados móveis antigos, madeiras usadas, luminárias, espelhos e outros apetrechos do Brasil. As cadeiras de jacarandá do restaurante, por exemplo, foram criadas em 1959 pelo designer Sergio Rodriguez. No bar, há uma mesa antiga de dez metros de comprimento, coberta de ladrilhos. Projeto ameaçado Ponte, que até o ano passado era um dos proprietários do badalado bar Momo em Londres, disse que as dificuldades em se importar algumas peças do Brasil, como por exemplo centenas de galhos de madeira que forram o teto do bar (decidiu-se no final por "galhos britânicos"), ajudaram a atrasar em quase um ano a abertura do restaurante e elevaram os custos do projeto. Apenas o aluguel do local custa cerca de US$ 2 mil diários. No segundo semestre de 2006, o fôlego financeiro de Ponte acabou. "Mas consegui arrumar um sócio (o qual não quis ser identificado) que colocou o dinheiro necessário para abrir o restaurante sem comprometer em nada nosso projeto original", disse. Segundo ele, o retorno do investimento virá somente em quatro ou cinco anos. O forte crescimento da colônia brasileira no Reino Unido nos últimos anos - estima-se que ela some cerca de 200 mil pessoas atualmente - foi acompanhada pela abertura de dezenas de pequenos restaurantes em Londres que oferecem pratos do país, principalmente a feijoada. Apareceram também alguns bares brasileiros de maior porte, entre os quais o destaque é o Guanabara, em Convent Garden. "A caipirinha já se tornou o drinque mais vendido em Londres", garante Ponte. "O Mocotó será importante para revelar aos britânicos a qualidade dos pratos brasileiros."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.