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Longevidade das empresas

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Por Redação
Atualização:

Melhor qualificação empresarial e ambiente econômico mais favorável são os dois principais fatores que explicam o notável aumento da taxa de sobrevivência das micro e pequenas empresas brasileiras observado nos últimos anos. Em 2000, constatou-se que, de cada 100 empresas abertas dois anos antes, apenas 40 continuavam em operação. Em 2005, essa taxa tinha subido para 78. Por trás desse avanço, detectado pela pesquisa do Sebrae e pela empresa Vox Populi sobre mortalidade e sobrevivência dos pequenos empreendimentos no Brasil, está o melhor nível de preparo do empreendedor brasileiro. Os empresários com curso superior incompleto eram 46% do total dos novos empreendedores no período 2000-2002, índice que subiu para 49% em 2005. Com relação à capacidade empreendedora, a pesquisa do Sebrae identificou como componentes mais importantes criatividade, persistência e perseverança, habilidade para aproveitar as oportunidades de negócios, liderança e competência para assumir riscos. Não foi apenas com relação ao grau de instrução e à capacidade que melhorou o padrão do novo empreendedor brasileiro. Nas novas empresas, é cada vez mais intenso o uso de recursos essenciais para o êxito do empreendimento, como pesquisa de mercado, planejamento estratégico, busca de assessoria especializada, inclusive no Sebrae, ações de marketing e outras iniciativas. O cenário também ajudou. Há uma nítida mudança entre o quadro econômico predominante na pesquisa anterior ? concluída há três anos, com dados relativos a 2000, 2001 e 2002 ? e no que nos apresenta a mais recente. No início do período abrangido pela pesquisa anterior, o Brasil enfrentava as conseqüências de uma crise financeira da qual o mundo acabava de sair e, no fim (2002), a economia brasileira foi abalada pelas incertezas decorrentes da ascensão do candidato do PT à Presidência nas pesquisas eleitorais e, depois, de sua eleição. A tranqüilidade que o governo do PT conseguiu transmitir aos empresários e à sociedade brasileira, dando continuidade ao programa de estabilização da moeda, ajudou a criar um clima favorável para a atividade econômica a partir de 2003, o que ajudou as micro e pequenas empresas, cuja taxa de sobrevivência subiu rapidamente. O aumento da oferta de crédito, embora ainda a um custo elevado, contribuiu para dar mais fôlego aos pequenos empreendimentos iniciados no período.

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