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Lucro da Air France recua 16% no ano, para US$ 1,18 bi

Por CARLOS MERCURI
Atualização:

O Air France-KLM teve declínio de 16% em seu lucro líquido no atual ano fiscal depois de ter feito uma provisão de 530 milhões de euros para fazer frente a uma possível penalidade resultante de uma investigação antitruste no setor de carga aérea, e adiantou ainda que os custos do combustível vão afetar seus resultados este ano. A maior companhia aérea do mundo por receita disse que seu lucro líquido nos 12 meses terminados em março recuou para 748 milhões de euros (US$ 1,179 bilhão), de 891 milhões de euros no ano fiscal anterior. O lucro operacional subiu 13%, para 1,41 bilhão de euros (US$ 2,223 bilhões), parcialmente devido ao crescimento de 4,5% na receita, de 24,11 bilhões de euros (US$ 38,21 bilhões), mas também fruto dos esforços para comprimir custos. O lucro anual veio bem abaixo da estimativa de 16 analistas, que previram ganhos de 1,12 bilhão de euros. A Air France-KLM disse que a forte alta no custo de combustível vai afetar sua capacidade de ganhos no corrente ano, e está projetando um lucro operacional no período "por volta de 1 bilhão de euros". A aérea franco-holandesa disse que a provisão disponibilizada no último trimestre do ano fiscal terminado em março empurrou-a a uma perda líquida de 542 milhões de euros no trimestre, ante lucro de 44 milhões de euros no mesmo período do ano fiscal anterior. A companhia teve prejuízo operacional de 46 milhões de euros (US$ 72,5 milhões) no trimestre encerrado em março, ante lucro de 9 milhões de euros um ano antes. O diretor-financeiro Philippe Calavia disse que supõe que o preço do petróleo cru ficará na média de US$ 120 o barril no atual ano fiscal e o custo adicional do combustível na comparação de 2007 e 2008 deverá ser de 1,2 bilhão de euros. No último ano, a conta de combustível da Air France-KLM subiu 7,4%, para 4,6 bilhões de euros. Calavia traçou um cenário ruim para a indústria aérea, e previu que a alta dos custos dos combustíveis, se prolongada, deverá provocar uma sacudidela no setor que resultará em consolidação, com as companhias mais fracas sucumbindo. "Para as companhias que são frágeis e não têm uma política de proteção à alta dos combustíveis, seu futuro está comprometido", disse Calavia a um pequeno grupo de jornalistas. Com o custo das viagens provavelmente subindo, uma vez que as aéreas passam pelos seus maiores custos, a demanda deve cair. "Vemos uma forte tendência de reestruturação na indústria, e há um risco real de que a capacidade será contraída", disse. Se elas quiserem sobreviver, afirmou, as companhias mais fracas deverão unir-se a um operador mais forte, uma vez que têm de realizar a necessária reestruturação para voltar ao caminho seguro. A Air France-KLM interrompeu conversações sobre fusão com a Alitalia um mês atrás e Calavia disse que a situação atual da companhia italiana "é de maior dificuldade do que há dois meses. Ela requer um esforço mais sério de reestruturação do que quando estávamos negociando com os sindicatos e políticos italianos". As informações são da Dow Jones.

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