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Lucro da MRV fica abaixo do esperado; distratos devem manter patamar atual

O lucro líquido da construtora e incorporadora MRV no primeiro trimestre teve leve alta na comparação anual e ficou abaixo das estimativas de analistas, enquanto a companhia ainda espera um nível de rescisões de contratos similar para o restante do ano. A empresa teve lucro de 81 milhões de reais entre janeiro e março, aumento de 2,7 por cento sobre o mesmo período de 2013. A média das estimativas de analistas obtidas pela Reuters apontava lucro líquido de 114,2 milhões. A companhia teve despesas comerciais 9 por cento maiores no trimestre na comparação anual, num total de 69 milhões de reais entre janeiro e março. As vendas da MRV no período avançaram 40 por cento, a 1,54 bilhão de reais, ainda baseada na desova de estoques. Os lançamentos subiram 54 por cento no período, para 1,16 bilhão de reais. Os cancelamentos de contratos (distratos) foram de 327,9 milhões de reais, alta de 41 por cento na comparação anual. A relação entre as vendas e as rescisões foi de 21,3 por cento no período, alta de 0,08 por cento sobre o ano anterior, disse a MRV. "Por mais que esteja um pouco mais elevado do que gostaríamos, de certa forma ele (o distrato) vira uma oportunidade", disse à Reuters um dos diretores-presidente da companhia, Rafael Menin, mencionando a alta velocidade de revenda e o aumento de preço real nesta nova comercialização. Para a companhia, o fato dos distratos serem feitos durante a fase de construção dos empreendimentos permite sua revenda durante o andamento da obra. Segundo o executivo, a relação entre cancelamentos e vendas deve se manter no mesmo patamar atual nos próximos trimestres, até que a MRV efetive completamente o seu novo sistema Siqac, que condiciona a venda dos imóveis à aprovação do crédito pelo banco para o cliente. "O distrato deve se manter neste mesmo nível, a gente não enxerga nos próximos trimestres uma redução do distrato. Com o projeto concluído até o final do ano, com certeza o percentual de distrato será muito menor", disse Menin. A receita operacional líquida da MRV subiu 9,8 por cento, para 911 milhões de reais. O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) foi de 132 milhões de reais, 2,4 por cento mais alto na comparação anual. A companhia teve geração de caixa de 56 milhões de reais, mas bem menor do que nos trimestres anteriores. Entre outubro e dezembro, foi de 162 milhões de reais, e no primeiro trimestre de 2013, de 62 milhões de reais. Segundo Menin este resultado foi pontual, por problemas no sistema Sicaq da Caixa Econômica Federal, que atrapalhou os repasses por um mês. "Abril já foi um mês normal, em linha com os trimestres anteriores", disse.

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Por Redação
Atualização:

MINHA CASA MINHA VIDA 3

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A MRV se diz otimista com o anúncio do Minha Casa Minha Vida 3, previsto para junho, mas a dimensão de sua participação só será possível com a definição dos números do governo, que já disse que deve totalizar 3 milhões de moradias.

A construtora e incorporadora mineira tem interesse nas Faixas 2 (renda familiar entre 1.600 e 2.455 reais) e 3 (renda até 3.100 reais) do programa. Considerando as duas primeiras fases já anunciadas, a MRV tem uma fatia de mercado de 10 por cento.

"Minha impressão é que estamos vendo uma diminuição da concorrência", disse o diretor-executivo de finanças da MRV, Leonardo Côrrea. "A gente vê uma continuação deste processo, com a continuação de encerramento de filiais (das concorrentes), e deixando de lançar coisas novas. À medida que empreendimentos antigos terminem, sobra mais espaço para a MRV", acrescentou.

(Por Juliana Schincariol; edição Alberto Alerigi Jr.)

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