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Lucro da Vale sobe em dólar, mas cai 21,7% em real

Além de impactos cambiais negativos de R$ 1,425 bi, as participações societárias pesaram negativamente

Por Monica Ciarelli (Broadcast) e da Agência Estado
Atualização:

Embarques recordes de minério de ferro, aliados ao aumento do preço do seu principal produto, garantiram à Vale o seu melhor resultado da história no segundo trimestre do ano pelas normas contábeis norte-americanas (USGAAP), mas não evitaram queda no lucro pelos padrões brasileiros.   De abril a junho, a maior produtora de minério de ferro do mundo lucrou US$ 5,009 bilhões em USGAAP, alta de 22,3% em relação ao mesmo trimestre do ano passado, enquanto pelas normas brasileiras (BRGAAP) o lucro caiu para R$ 4,573 bilhões, ante R$ 5,842 bilhões há um ano, queda de 21,7%.   "O resultado não operacional foi o principal contribuinte para a redução verificada no lucro (em reais) do trimestre na comparação com o mesmo período do ano anterior", informou a Vale em comunicado nesta quarta-feira.   Além de impactos cambiais negativos de R$ 1,425 bilhão no segundo trimestre deste ano, as participações societárias da Vale pesaram negativamente nos números da empresa, com perda de R$ 944 milhões.   Mesmo assim, a receita bruta da empresa, tanto em dólar como em reais foi recorde no segundo trimestre, de US$ 10,9 bilhões e R$ 18,884 bilhões, respectivamente.   De acordo com a Vale, o aumento da receita se deve ao ajuste no preço do minério de ferro, da ordem de 65% a 71%, obtido junto aos clientes para os contratos deste ano, aliado a maiores vendas.   A empresa teve embarques recordes do seu principal produto no segundo trimestre, de 78,858 milhões de toneladas métricas, crescimento de 7,9% em relação ao segundo trimestre de 2007.   Já o níquel, segundo produto da companhia após a compra da canadense Inco, registrou queda de receita nos dois balanços devido a preços menores. Em reais, a receita caiu pela metade, de R$ 6,3 bilhões para R$ 3,2 bilhões, enquanto em dólar caiu de US$ 3,196 bilhões para US$ 1,870 bilhão em um ano.   "Os movimentos distintos nos preços do minério de ferro (alta) e do níquel (baixa) exerceram influência relevante na determinação da composição da receita por produto e por destino no segundo trimestre de 2008", informou a Vale em nota.   A companhia informou que o peso dos minerais não ferrosos na receita passou de 51% para 31,9% em um ano, e a contribuição dos minerais ferrosos tornou-se mais importante, evoluindo de 41,1% para 59,5% mesma comparação.   As vendas para a China, principal destino do minério de ferro e pelotas da Vale, elevaram-se para 24,301 milhões de toneladas métricas do produto, respondendo por 30,9% do volume vendido. As vendas no Brasil, segundo principal destino, responderam por 15,7% da receita, no Japão 10,7%, na Alemanha 6,7% e na Coréia do Sul 5,2%.   O lucro antes de impostos, juros, amortizações e depreciações, conhecido pela sigla em inglês Ebitda, foi de US$ 6,2 bilhões no segundo trimestre, alta de 23% em relação ao resultado do mesmo período do ano passado, de US$ 5,057 bilhões.   Em reais, a Ebitda ficou praticamente estável, em R$ 10,5 bilhões contra R$ 10,3 bilhões há um ano.   Produção   A produção de minério de ferro da Vale atingiu 78,05 milhões de toneladas no segundo trimestre deste ano, segundo as normas contábeis brasileiras, crescimento de 3,3% em relação ao mesmo período de 2007.   No primeiro trimestre do ano, a produção da maior mineradora de ferro do mundo foi de 74,48 milhões de toneladas.   A Vale produziu 152,53 milhões de toneladas de minério de ferro no primeiro semestre, contra 142,89 milhões de toneladas nos primeiros seis meses de 2007.   A produção de níquel da Vale, que foi recorde no trimestre, atingiu 69 milhões de toneladas, contra 63 milhões no mesmo período do ano passado e ante 61 milhões de toneladas nos primeiros três meses do ano. A Vale é a segunda maior produtora de níquel do mundo.   (Com reportagem adicional de Roberto Samora)

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