14 de março de 2009 | 09h20
Boa parte das empresas de capital aberto estava endividada em moeda estrangeira, e a alta súbita do dólar, já no terceiro trimestre, fez sua dívida em reais ficar muito maior. Além disso, muitas delas são exportadoras e costumavam especular com derivativos, apostando na manutenção da valorização do real. Como a moeda brasileira se desvalorizou, elas perderam dinheiro com apostas em derivativos "tóxicos".
A despesa financeira líquida das 85 companhias analisadas somou R$ 9,132 bilhões, ante R$ 1,972 bilhão no último trimestre de 2007. "Elas começaram o ano com uma dívida financeira bruta de R$ 124,457 bilhões que cresceu para R$ 187,780 bilhões no fim de dezembro", diz Exel. A alta foi de 50,9%, sem a inflação do período. O avanço da despesa financeira corroeu o lucro líquido das empresas, que desabou de R$ 8,701 bilhões, no quarto trimestre de 2007, para R$ 4,294 bilhões no último trimestre do ano passado - queda nominal de 50,6%.
Apesar das turbulências provocadas pela crise de crédito, a receita líquida das empresas teve crescimento médio nominal de 17,3%. Os analistas dizem que esse resultado se deve a uma continuidade da situação favorável no mercado doméstico que existia até o terceiro trimestre. O pior da crise, explicam, aconteceu em dezembro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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