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Lucro do Bank of America cai 77%

Resultado no 1.º trimestre foi influenciado pela crise imobiliária

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Por Redação
Atualização:

O Bank of America (BofA), o segundo maior banco dos Estados Unidos, anunciou ontem um lucro líquido de US$ 1,21 bilhão no primeiro trimestre de 2008, o que representa uma queda de 77% em relação aos US$ 5,26 bilhões do mesmo período do ano passado. A instituição explicou que o recuo se deveu, entre outros motivos, ao aumento de US$ 3,3 bilhões em suas reservas para possível falta de pagamento de empréstimos. Além disso, houve uma amortização de US$ 1,47 bilhão por depreciação de ativos relacionados a obrigações adquiridas por dívida. O lucro por ação nos três primeiros meses do ano foi de US$ 0,23, em comparação a um ganho de US$ 1,16 no primeiro trimestre de 2007. As receitas, por sua vez, ficaram em US$ 17,3 bilhões, cerca de 6% a menos do que no exercício anterior. Analistas calculavam um lucro por ação de US$ 0,45 e receitas totais de US$ 16,33 bilhões. O Bank of America também aumentou suas reservas em US$ 6 bilhões por causa da alta dos custos de crédito, particularmente os relacionados a patrimônio imobiliário, pequenas empresas e construtores imobiliários. "Esses resultados claramente não atingem nossas expectativas", declarou o presidente e executivo-chefe da instituição, Kenneth Lewis, por meio de um comunicado. Ele também vinculou os resultados à "fraqueza da economia americana e às contínuas perturbações nos mercados de capitais". Ele reconheceu a preocupação com "a saúde do consumo", por conta "da profunda e prolongada depressão do mercado imobiliário, dos assuntos relacionados às hipotecas de alto risco, dos níveis de emprego e do aumento do preço do combustível e dos alimentos". No entanto, Lewis se mostrou confiante em que o Bank of America será capaz de "emergir mais forte quando melhorarem as condições" do mercado. As ações do Bank of America caíram quase 2,5% na Bolsa de Nova York e contribuíram decisivamente para o desempenho negativo do Índice Dow Jones, que recuou 0,19%. Papéis de outras instituições financeiras também se desvalorizaram. Os do Citigroup perderam 0,3%. "As pessoas acham que as perspectivas de ganhos dos bancos foram significativamente danificadas", afirmou Stephen Massocca, co-chefe executivo da Pacific Growth Equities. "Não creio que o movimento dos bancos para levantar capital a fim de cobrir suas perdas já acabou." CITIGROUP A hipótese do analista foi confirmada ontem mesmo. O Citigroup anunciou a venda de US$ 6 bilhões em ações preferenciais para ajudar a cobrir os prejuízos com operações malsucedidas no mercado de hipotecas. Os papéis pagarão um dividendo fixo pelos próximos dez anos e, depois desse período, taxas flutuantes. Se a demanda atingir os US$ 6 bilhões, o total de capital levantado pelo Citi para cobrir o rombo de US$ 45 bilhões dos últimos trimestres terá chegado a US$ 36 bilhões.

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