O banco de investimentos Morgan Stanley divulgou nesta quarta-feira, 19, uma queda de 42% no lucro do primeiro trimestre, relacionada a perdas com a crise de crédito nos Estados Unidos. Apesar da redução, o resultado ainda é melhor que as expectativas - analistas de mercado previam queda de 53% no faturamento da instituição. Veja também: Cronologia da crise financeira ''Crise é 30 vezes maior que a de 1998'', diz Lula Depois de corte de juros nos EUA, Bovespa fecha na máxima Juro americano cai para 2,25% e Fed sinaliza novas reduções Petróleo fecha perto de US$110 com corte de juro do Fed O lucro líquido do banco foi de US$ 1,55 bilhão (US$ 1,45 por ação) no primeiro trimestre fiscal, encerrado em 29 de fevereiro, ante US$ 2,67 bilhões (US$ 2,51 por ação) apurado em igual período do ano anterior. Os resultados para o trimestre incluem a baixa contábil de US$ 1,2 bilhão com hipotecas residenciais, além de US$ 1,1 bilhão em outras perdas com transações. O banco também informou que as perdas com marcação a mercado somaram US$ 1,1 bilhão. Na mesma base de comparação, a receita líquida da instituição apresentou queda de 17%, para US$ 8,32 bilhões. O desempenho superou com folga a média das estimativas dos analistas de Wall Street, que indicavam lucro de US$ 1,03 por ação e receita de US$ 7,19 bilhões. Os resultados oferecem grande incentivo ao presidente-executivo do grupo, John Mack, que está tentando fazer com que o banco se recupere de um ano em que sofreu perdas de US$ 9,4 bilhões em operações com hipotecas e levantado preocupações sobre como a instituição estava lidando com seus riscos. O retorno sobre o patrimônio (ROE, na sigla em inglês) da instituição, um importante mensurador de lucro para os grupos financeiros, caiu de 29,9% para 19,7% no período. Às 9h (de Brasília), as ações do Morgan subiam 3,59% no pré-mercado em Nova York, cotadas a US$ 44,40. Na terça, as ações do banco subiram mais de 17%, após o Lehman Brothers e do Goldman Sachs também divulgarem resultados acima do esperado para o trimestre e o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) anunciar mais um corte na taxa básica de juros.