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Lucro do Santander supera previsões com ajuda do ABN no Brasil

Por JANE BARRETT E ELISABETH O'LEARY
Atualização:

O Santander registrou um crescimento de 22,4 por cento em seu lucro líquido no primeiro trimestre, auxiliado pela compra do ABN no Brasil. Com o resultado, o maior banco espanhol se afasta dos rivais globais que têm sido afetados pela crise do crédito. O lucro líquido nos primeiros três meses do ano foi de 2,21 bilhões de euros (3,5 bilhões de dólares), um pouco acima das expectativas. Do resultado, 151 milhões de euros vieram do Banco Real, unidade do ABN Amro, banco holandês comprado no ano passado pelo Santander junto com Royal Bank of Scotland e Fortis. "São resultados bem respeitáveis, melhores que os que muitos outros bancos foram capazes de mostrar", disse Arturo de Frias, analista de bancos do Dresdner Kleinwort. Mas ele não espera uma alta nas ações por causa dos resultados, dado o recente rali nos papéis do setor financeiros e o clima ainda ruim para o setor. As ações do Santander caíam 1,39 por cento, enquanto o índice europeu de ações de bancos recuava 0,62 por cento. Os bancos espanhóis escaparam de bilhões de dólares em baixas contábeis com a crise mundial do crédito graças aos regulamentos conservadores do país que limitam os investimentos em ativos de risco. Isso, no entanto, não significa que eles estejam imunes a efeitos secundários, à medida que a economia espanhola desacelera, o consumo enfraquece e os empréstimos de difícil recuperação aumentam. Algumas evidências disso foram vistas na unidade de finanças do consumidor europeu do Santander, cuja taxa de dívida de difícil recuperação passou a 3,15 por cento em março, em alta de 0,49 ponto percentual sobre igual período de 2007. O Santander também aumentou as provisões do grupo, em fortes 69 por cento, para 1,14 bilhão de euros. A rede espanhola do banco emprestou nove por cento mais do que no primeiro trimestre de 2007. A América Latina teve lucro líquido sete por cento maior, 729 milhões de euros, devido a um salto de 20 por cento nos empréstimos. Descontando o efeito do fortalecimento do euro, a alta foi de 22 por cento. O Santander acrescentou que o lucro líquido em seus negócios de banco corporativo global somou 592 milhões de euros, queda de 33 por cento sobre o primeiro trimestre do ano passado que foi impulsionado por uma onda de fusões e aquisições. A taxa global de empréstimos duvidosos do banco aumentou para 1,16 por cento no primeiro trimestre, ante 0,82 por cento um ano antes. O total de empréstimos cresceu 2,7 por cento, a 545 bilhões de euros. O ganho líquido com juros, medida de rentabilidade, aumentou 14,8 por cento, para 4,03 bilhões de euros, enquanto o lucro operacional elevou-se em 30,9 por cento, a 4,24 bilhões de euros. Analistas consultados pela Reuters previam um lucro líquido de 2,15 bilhões de euros e um lucro operacional de 4,14 bilhões de euros.

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