PUBLICIDADE

Lucro líquido da Petrobrás cai 20%

Resultado do 1.º trimestre, esperado pelos analistas, foi ainda 6% menor que o registrado no 4.º trimestre de 2008

Por Nicola Pamplona
Atualização:

A crise internacional e o forte recuo nos preços do petróleo a partir de julho do ano passado levaram a Petrobrás a acumular uma sucessão de quedas no resultado financeiro do primeiro trimestre de 2009: 20% no lucro líquido, 22% no valor de mercado, 9% no faturamento líquido, 5% no Ebitda. O lucro, foi de R$ 5,816 bilhões. Embora tenha vindo um pouco acima das expectativas dos analistas, foi ainda 6% inferior ao registrado no último trimestre de 2008, quando a crise derretia a cotação do barril do petróleo. No primeiro trimestre do ano passado, o preço médio do barril ficou em US$ 97. No mesmo período deste ano, US$ 44. Apesar do pequeno aumento da produção nesse intervalo, o faturamento da Petrobrás, a maior empresa brasileira, caiu 9%, para R$ 42,595 bilhões. Já a geração de caixa, que é medida pelo cálculo do lucro antes de juros e impostos (Ebitda), foi 5% inferior, atingindo R$ 13,423 bilhões. A manutenção dos preços dos combustíveis no mercado interno, porém, aliviou um pouco os efeitos negativos do cenário internacional. Segundo o diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa, os preços internos passaram o trimestre com valor médio de R$ 163 por barril, enquanto a mesma cesta de produtos valia R$ 123 no exterior. Nas observações do material de divulgação do balanço, o presidente da Petrobrás, José Sergio Gabrielli, considerou satisfatório o saldo final. "Nossos bons resultados, mesmo em um ambiente econômico adverso, comprovam a robustez de nosso portfólio e da nossa gestão", afirmou. No primeiro trimestre do ano passado, os preços internos eram os mesmos R$ 163 por barril, mas no exterior estavam em R$ 181. A diferença de preços garante maior margem para a área de refino da companhia, que fechou o trimestre com lucro de R$ 4,576 bilhões contra prejuízos de R$ 435 milhões no primeiro trimestre e de R$ 1,564 bilhão no último trimestre de 2008. A queda do lucro, portanto, sofreu grande impacto do efeito causado pela queda nos preços do petróleo sobre a receita da companhia com vendas ao exterior. A área de exploração e produção, por exemplo, teve queda de 74% no lucro, que atingiu R$ 2,485 bilhões. "As pessoas pensam que o preço estava muito baixo no fim do ano passado, mas o trimestre teve impacto de altos preços em outubro e setembro. A média do trimestre foi de US$ 70 por barril. Já este ano, foi de US$ 44", disse Barbassa. "Embora os preços internos tenham se mantido estáveis, a gente sofre com a queda de preços nos produtos exportados." No primeiro trimestre de 2009, a estatal voltou a ser exportadora líquida de petróleo e derivados, com um saldo positivo de 100 mil barris por dia. No mesmo período do ano anterior, houve déficit de 7 mil barris por dia.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.