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Lucro semestral do Bradesco supera R$ 4 bi

Resultado no segundo trimestre, porém, cai 13% em relação a igual período do ano passado

Por Renée Pereira
Atualização:

O Bradesco fechou o primeiro semestre deste ano com lucro líquido de R$ 4,1 bilhões, valor 2,44% superior ao de igual período de 2007. O crescimento menor deve-se especialmente a fatores extraordinários registrados no ano passado, como a venda da Arcelor e da participação na Serasa, que somaram R$ 501 milhões. Neste ano, entretanto, os ganhos extras foram de apenas R$ 196 milhões, decorrentes da venda parcial da Visa Internacional. Por causa disso, o lucro do segundo trimestre caiu de R$ 2,3 bilhões em 2007 para R$ 2 bilhões este ano. O presidente da agência de classificação de risco Austin Rating, Erivelto Rodrigues, diz que isso não é motivo de preocupação e o resultado está dentro das previsões feitas pelo mercado. Ele explica que, quando desconsiderados os fatores extras, o ganho do trimestre sobe 11% comparado ao mesmo período de 2007. "Temos de ter em mente que o resultado de 2008 será bom, mas não apresentará um crescimento como nos anos anteriores." As ações preferenciais e ordinárias do banco caíram 5,14% após o balanço. Para o presidente do Bradesco, maior banco privado do País, Márcio Cypriano, o resultado do semestre foi excelente, considerando o cenário mundial adverso, maior volatilidade no mercado doméstico, alta da inflação e aumento dos juros. Ele explica que a margem do banco se tem expandido de forma significativa, especialmente por causa do crédito, que representou 25% do lucro. Até junho, o volume de empréstimos somou R$ 181,6 bilhões, valor 38,8% acima do registrado em junho de 2007. O portfólio para pessoas físicas cresceu 32,2%; o de grandes empresas, 39,8%; e o de pequenas e médias empresas, 47,2%. Cypriano afirma que, por enquanto, o banco não tem sentido o efeito da alta da taxa Selic, que baliza o custo do crédito. Desde abril, o BC já elevou em 1,75 ponto porcentual os juros do País, para 13% ao ano. "O crédito tem crescido por causa do emprego e da renda. Além disso, havia uma demanda reprimida muito forte no Brasil que agora começa a ser atendida." Por causa do desempenho positivo do primeiro semestre, o executivo destacou que o banco revisou as previsões para o ano. Em abril, quando a instituição apresentou os resultados do primeiro trimestre, a expectativa de crescimento do crédito estava entre 21% e 25%. Agora, o Bradesco espera um avanço entre 24% e 29% (ver ao lado). O executivo comemorou, ainda, o fato de a inadimplência continuar em níveis confortáveis, apesar do avanço do crédito. Segundo ele, o índice médio de atrasos acima de 90 dias está estável em 3,5% há três trimestres. "Temos ferramentas de análise para concessão de crédito e treinamento de pessoal muito bons. O controle é rigoroso, o que nos tem permitido controlar a inadimplência." Uma conta que não teve desempenho tão positivo foi a de receitas de prestação de serviços. Por causa do realinhamento tarifário exigido pelo governo federal, que excluíram a cobrança de Taxa de Abertura de Crédito (TAC), os ganhos nesse item cresceram apenas 7,9% em 12 meses. Por causa disso, o índice de cobertura - que indica quanto as receitas de serviços cobrem as despesas administrativas e de pessoal - caiu de 79,4% no primeiro semestre de 2007 para 77,8% agora. A participação dessas receitas contribuiu com 25% do lucro do semestre. No ano passado, esse número era de 29%. De outro lado, a participação dos seguros subiu de 31% para 38%.

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