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Lula acredita em acordo na OMC

"Estamos acertando algumas coisas que podem resolver o acordo da Organização Mundial do Comércio (OMC)"

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no seu programa semanal de rádio, o Café com o Presidente, gravado na noite de domingo, considerou os seus encontros com a chanceler alemã Ângela Merkel e o primeiro-ministro Tony Blair, como "importantes" e explicou: "Estamos acertando algumas coisas que podem resolver o acordo da Organização Mundial do Comércio (OMC). O que é importante é que nós temos clareza que tem uma responsabilidade do G-20, representado pelo Brasil, tem uma responsabilidade dos Estados Unidos e tem uma responsabilidade da União Européia". Lula admite: "Se cada um cumprir a sua função, nós poderemos, em julho, quando estivermos em São Petersburgo, marcar uma reunião em Berlim ou em qualquer outro lugar da Europa e firmarmos o acordo definitivo da OMC, o que eu acho que será um avanço para os próximos 20 ou 30 anos na questão do comércio internacional. Qual é a solução? Veja, os Estados Unidos têm uma responsabilidade que é a de resolver os subsídios. A União Européia tem o compromisso de permitir o acesso ao mercado agrícola para os países pobres, os países em desenvolvimento". Segundo Lula, "o Brasil e o G-20 têm a responsabilidade de flexibilizar o acesso aos bens industriais para os países mais desenvolvidos, Estados Unidos e União Européia". Para o presidente, se os três blocos conseguirem configurar esse triângulo de objetividade, pode-se surpreender o mundo "com um acordo que parecia impossível". "Eu estou convencido de que se cada um assumir a sua responsabilidade, nós poderemos, finalmente, assinar um grande acordo comercial no mundo que possa permitir que os pobres possam vender seus produtos agrícolas nos países mais ricos" . Lula e Evo Morales Lula disse ter comentado com o presidente da Bolívia Evo Morales que o Brasil reconhece que a Bolívia é dona do seu gás e eles, bolivianos, reconhecem que o Brasil é o maior consumidor. "Nós somos dois países que precisamos estar em paz, precisamos ter tranqüilidade e precisamos, na renovação dos acordos que temos que fazer, levar em conta, primeiro, o contrato que nós temos; segundo, um preço que seja justo para os bolivianos e, ao mesmo tempo, seja justo para os brasileiros que consomem o gás". Lula voltou a repetir que o Brasil precisa ter a independência na área do gás. "Isso não implica que a gente não continue importando gás da Bolívia, desde que o produto seja conveniente do ponto de vista de preço para o povo brasileiro". Agricultura e a liberação de recursos Ao analisar a situação da agricultura, o presidente da República afirmou que "a agricultura brasileira tem sido responsável nos últimos anos pelo crescimento da economia, das exportações, mas que fica muitas vezes vulnerável às intempéries. "Se chove mais, se chove menos, se não chove, se a gente produz mais, cai o preço. O governo precisa assumir a responsabilidade de garantir uma certa eqüidade desses preços, por isso nós já tínhamos feito um pacote no mês passado e este mês nós estamos liberando R$ 1,4 bilhão para os agricultores, para garantir o preço mínimo aos agricultores". Lula disse ainda querer trabalhar de forma a garantir tranqüilidade a todos aqueles que no campo produzem, sejam empresários ou agricultura familiar. "Essa liberação de recursos que nós fazemos é para garantir o preço mínimo da soja e vamos continuar discutindo a agricultura. Para nós, a agricultura é a válvula principal do coração deste País".

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