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Lula acredita na expansão do Mercosul

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, há pouco, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), que está convencido de que o Mercosul vai ter a participação, num curto espaço de tempo, da grande maioria dos países da América do Sul. Ele contou que foi ao Peru, na semana passada, e que, dias antes de embarcar para Lima, recebeu um telefonemana informando que o país não mais iria entrar no Mercosul. Entretanto, segundo Lula, o Peru firmou acordo para participar do mercado comum. "Até outubro, vamos trazer outros países para participar do Mercosul, porque é bom para eles e é bom para nós", acrescentou. Lula fez uma enfática defesa da necessiade de integração entre os países, também física, para as pessoas poderem transitar livremente entre eles. "Descobrimos uma coisa que todo mundo sabe, mas muitas vezes é mais fácil fazer um discurso evasivo de que é preciso fazer a integração da América do Sul", observou, ressaltando que não se pode fazer integração sem estradas, ferrovias, e reclamando que, muitas vezes, um dirigente de empresa precisa ir a Miami, nos EUA, para fazer uma negociação com o Brasil. O presidente afirmou, nesse contexto, que é uma vergonha para o Brasil não ter nenhum vôo direto para nenhum país africano e ficar dependendo dos vôos da companhia sul-africana. Disse que aquela companhia tem cinco vôos lotados para o Brasil por semana e quer mais uma freqüência, mas as empresas brasileiras não deixam. "Como é possível fazer uma negociação comercial com um país africano se, para fazer a negociação, é preciso ir a Paris para chegar ao Brasil?", questionou, observando: "Já faz o negócio com Paris". Ele enfatizou que, se o Brasil quiser alargar sua expansão política, comercial e cultural, tem de alargar a possibilidade de que homens e mulheres possam transitar entre os países. "Senão, fica toda a América do Sul chorando séculos e séculos o fim dos subsídios agrícolas americanos e europeus. Eles não vão dar, porque nós somos pobres. Eles só vão dar no dia em que perceberem que não precisamos mais".

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