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Lula ainda aposta na Rodada Doha

Por AE
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não acredita no fracasso da Rodada Doha de comércio multilateral, da Organização Mundial do Comércio (OMC), encerrada sem acordo na semana passada, durante etapa de negociações em Genebra (Suíça) que durou nove dias. "Eu acho que nós temos possibilidades enormes ainda de negociar", disse durante o programa semanal "Café com o Presidente". Ele reiterou que o Brasil continuará fazendo negociações em todas as instituições multilaterais. Lula pretende aproveitar a viagem que fará esta semana à China, onde participa da abertura dos Jogos Olímpicos, para tentar retomar as discussões com o presidente chinês, Hu Jintao, e com o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh. Ele disse também que conversou no último sábado com o presidente americano, George W. Bush, sobre um acordo para o setor de alimentos. "Fui muito claro dizendo para o Bush que não era possível que dois países importantes como Estados Unidos e Índia, que estão negociando um acordo nuclear, não tenham condições de fazer um acordo na questão de alimento porque é muito pouco o que tem de diferença entre eles". Lula reiterou que continuará a questionar os subsídios agrícolas americanos: "É uma vergonha muito grande que os países ricos subsidiem o seu produto para exportar. Isso causa grandes danos à competitividade, ou seja, na hora que nós abrimos a boca para falar em livre comércio, ele tem que ser livre de verdade, não pode ser meio livre". Na avaliação do ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, que também participou do programa, ao Brasil cabe agora um papel de mediador. Sobre a posição adotada pelo País durante os nove dias de negociações da Rodada Doha, em Genebra, ele afirmou que, apesar das críticas, o País levou a discussão até onde foi possível. Lula destacou a importância estratégica de um acordo entre o Mercosul e União Européia (UE) e entre o Mercosul e o Sistema de Integração centro-americano (Sica), bloco comercial da América Central.

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