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Lula: América Latina deve reforçar intervenção estatal

Por DENISE CHRISPIM MARIN E TÂNIA MONTEIRO e ENVIADAS ESPECIAIS
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje, no encerramento da Cúpula da América Latina e Caribe (Calc), que os países da região, para enfrentar a crise financeira internacional, devem reforçar a intervenção do Estado na economia e não devem optar pelo ajuste fiscal. "O Estado, que não valia nada, passou a ser o salvador da pátria", disse Lula, referindo-se às medidas adotadas pelos países desenvolvidos e por nações latino-americanas que vêm investindo dinheiro do Estado em bancos privados e no setor produtivo. Segundo o presidente, o Estado deve ter um papel cada vez mais relevante, neste momento, em investimentos em infra-estrutura, no setor habitacional e em todos os que geram empregos. A crise financeira internacional dá uma oportunidade, na avaliação de Lula, para o mundo definir o modelo econômico que pretende adotar. Em uma crítica a países da Europa e aos Estados Unidos, o presidente brasileiro afirmou que o dinheiro que eles injetaram na economia "não chegou à ponta", porque não foi destinado à produção, e sim "para salvar o sistema financeiro da quebradeira". Lula cobrou do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Mundial (Bird) e do Conselho Econômico e Social da Organização das Nações Unidas (Ecosoc-ONU) que apresentem periodicamente uma "prestação de contas de até onde e até quando vai a crise." "Alguma coisa está errada", acrescentou, "quando as pessoas tiram o dinheiro do meu país, que tem o maior juro do mundo, para pôr nos Estados Unidos".

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