Publicidade

Lula chega à Argentina para tentar superar fracasso de Doha

Presidente encontra Cristina Kirchner na expectativa de impulsionar negócios econômicos entre os dois países

Por Marina Guimarães e da Agência Estado
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Buenos Aires às 19h25 deste domingo, 3, com uma comitiva de cinco ministros e uma delegação de quase 200 empresários. Nessa visita oficial, que termina na segunda, Lula e a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, terão uma agenda de forte conteúdo político e econômico, com a expectativa de impulsionar os negócios econômicos entre os dois países, sobretudo após as divergências de posicionamento ocorridas durante as recentes negociações da Rodada Doha. Esta é a 12ª viagem de Lula à Argentina, desde que foi eleito em 2002.   Veja também: Lula propõe aprofundar Mercosul Cristina Kirchner elogia política industrial do Brasil Os problemas que levaram as negociações ao fracasso Vencedores e perdedores após colapso de Doha Principais datas que marcaram a rodada Veja a reação no Brasil após o fracasso das negociações da OMC   Doha será o principal assunto entre os dois presidentes. Eles devem definir os próximos passos a tomar para sanar as feridas abertas com as posturas divergentes que tiveram em Genebra, na semana passada, durante as fracassadas negociações, no âmbito da Organização Mundial de Comércio (OMC). Segundo declarações de Marco Aurélio Garcia, "Brasil, Argentina e o Mercosul, em geral, terão que imaginar uma nova estratégia internacional: devemos voltar, mediante uma discussão coletiva, aos temas que foram abandonados há alguns anos como as negociações com Estados Unidos e União Européia".   O primeiro compromisso do presidente Lula em solo argentino será um jantar para a presidente Cristina Kirchner, logo mais, às 20h30, na residência oficial do embaixador do Brasil, Mauro Vieira. O jantar deste domingo será para um pequeno grupo de convidados. Pelo lado brasileiro estarão Lula, os ministros da Casa Civil, Dilma Roussef, das Relações Exteriores, chanceler Celso Amorim e da Comunicação Social, Franklin Martins, além do assessor internacional Marco Aurélio Garcia.   Do lado argentino, a presidente Cristina estará acompanhada por seu marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, e os ministros das Relações Exteriores, chanceler Jorge Taiana, do Planejamento, Julio De Vido e o chefe de Gabinete da Presidência, Sergio Massa. Do outro lado da cidade de Buenos Aires, em um hotel cinco estrelas de Puerto Madero, os presidentes da União Industrial Argentina (UIA) e da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, se reunirão em um jantar com aproximadamente 90 empresários.   Rodadas de negócios   Nesta segunda, de acordo com a agenda oficial, o presidente Lula terá às 8h30 um café da manhã com empresários brasileiros, na residência da Embaixada do Brasil. Em seguida, às 10 horas, o presidente Lula e a presidente Cristina Kirchner participam da cerimônia de abertura do Encontro Empresarial Brasil-Argentina, onde haverá rodadas de negócios entre os mais diversos setores com o objetivo de promover uma integração produtiva.   A reunião bilateral formal de ambos os presidentes ocorrerá às 11 da manhã, na Casa Rosada. Na ocasião, Cristina e Lula vão tratar de temas pontuais da agenda bilateral. Depois da reunião, a presidente argentina vai oferecer um almoço ao presidente brasileiro e sua comitiva. O regresso de Lula à Brasília está previsto para as 16:30 horas.   Parceria militar   Segundo informações do assessor internacional Marco Aurélio Garcia, os dois presidentes pretendem dar impulso ao projeto binacional de fabricar em escala industrial o veículo militar "Gaúcho", em acordo firmado no início deste ano. O veículo é um 4x4 desenhado em 2004, cujo protótipo já foi aprovado pelos dois governos, e faz parte do novo objetivo do Mercosul de "aumentar os recursos nacionais em matéria de Defesa", como foi defendido pela presidente Cristina durante sua primeira entrevista coletiva à imprensa, concedida neste sábado.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.