PUBLICIDADE

Lula critica o protecionismo em entrevista ao WSJ

Por CLARISSA MANGUEIRA E NATHÁLIA FERREIRA
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em entrevista ao Wall Street Journal, realizada ontem, que uma crescente onda de protecionismo das nações mais ricas do mundo ameaça as economias emergentes. Lula criticou duramente as recentes medidas protecionistas tomadas por nações que normalmente promovem o livre comércio. Entre as medidas citadas por Lula está a cláusula "Buy America" do último pacote de estímulo aprovado no Congresso americano, apesar de ter sido modificada para garantir que os EUA cumpram as regras do comércio internacional. Lula alertou que a crise financeira mundial ameaça o crescimento econômico que foi reduzindo a pobreza nos países em desenvolvimento, e apelou por ajuda financeira e outras medidas a fim de impedir a propagação dos efeitos da crise. "Nós não podemos aceitar a ideia de que, por causa da irresponsabilidade dos banqueiros e de alguns dirigentes, que não fiscalizaram e não regulamentaram, o resto do mundo acabe pagando a conta e, sobretudo, os seus pobres", afirmou o presidente. Lula destacou que o controle do protecionismo será o tema prioritário a ser debatido na reunião agendada com o presidente Barack Obama no próximo sábado. "O protecionismo pode parecer benéfico num primeiro momento, mas, no longo prazo, ele afeta os países, sobretudo as nações pobres que têm de vender as suas mercadorias para os países ricos." O presidente brasileiro tem cada vez mais se posicionado como um defensor mundial dos países emergentes em fóruns, como a reunião de líderes do G-20, que ocorrerá em abril, em Londres. Na reunião com Obama, Lula disse que pretende discutir propostas que poderão ser abordadas na reunião do G-20. Entre elas estão a retomada das negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC), novas medidas a fim de evitar políticas comerciais protecionistas, diretrizes mais rigorosas para regular as instituições financeiras, incluindo os limites de alavancagem, e a promessa das nações ricas de aumentar o crédito para exportação e outras atividades nas nações em desenvolvimento. Ele prometeu também tentar influenciar os EUA a adotar um acordo de livre comércio com a Colômbia, mesmo que isso possa prejudicar algumas das exportações do Brasil para mercado americano. As informações são da Dow Jones.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.